sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Um ano em apenas cinco palavras

Água, negro, balão, traveco e crise.

Grandecíssima Verdade




Para fechar bem o ano mais uma pérola do Barão de Itararé:


"O homem que se vende sempre recebe mais do que vale."


Extraída da obra "Máximas e Mínimas do Barão de Itararé".

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E o Mercosul?


O nosso conhecido Mercado Comum do Sul nunca vingou, desde 1991 em vigor essa associação de países sul-americanos parece estar fadada a obsolescência e deverá ser engolida facilmente pela ALCA (Associação Latino-Americana para o Livre Comércio) em uma ou duas décadas.
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Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina são considerados os estados partes (fundadores da associação), mas o bloco ainda conta com o apoio(?) de Chile, Bolívia, Equador, Colômbia, Peru e do vizinho mais que intrometido Venezuela.
Além dos motivos considerados como lógicos e críticos para o fracasso como as instabilidades políticas e financeiras dos membros parece-me que esta balcão de negociação está mais para amplificador de discórdias industriais e ódios históricos. A moeda única é uma utopia e o passaporte comum atualmente não representa muita vantagem para nenhum dos países envolvidos.
Uruguai e Argentina estapeiam-se há alguns anos como pobres brigando por farelos de pão e a tensão entre nossos vizinhos devido a problemas ligados a instalação de indústrias papeleiras parece aumentar a cada minuto. Parecem duas crianças: "o que a Argentina quer não serve para mim" e vice-versa. Quase todos os participantes deste bloco econômico são administrados por governantes populistas, mas Venezuela, Equador, Bolívia e Paraguai possuem governantes quase ditatoriais, imersos numa roda de ego, busca por poder e falta de competência fenomenais.
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O maior medo dos defensores do Mercosul é que ele seja engolido...e o será, pois inevitalmente nosso bloquinho virará um blocão em algum tempo. O que deveríamos estar fazendo é nos organizando para poder ganhar maior poder de barganha nas discussões futuras deste blocão e não brigando entre nós por migalhas, utilizando assim nossos encontros para discussões mais válidas que ataques a países externos. A idéia no papel era muito boa, mas....
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Estamos engatinhando na cultura da unificação comercial, antes de estabelecermos pontes entre nossas fronteiras devemos criar estradas confiáveis internamente para que essa travessia não se torne um pesadelo coletivo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Um Olhar Mais Apurado

Existem coisas na vida que não possuem uma explicação lógica, o fanatismo, na minha concepção, é uma delas.
Porque seres humanos inteligentes e bem-educados tornam-se fanáticos? Quais fatores levam um indivíduo a abandonar seus valores sociais e do bom convívio em sociedade por uma paixão ou uma causa que ele acredita ser a saída de uma vivência medíocre?
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Não sei responder boa parte das perguntas que faço a mim mesmo, talvez um dia saberei, mas até lá continuo a me surpreender com os pequenos lances da vida, momentos nos quais as verdadeiras essências emergem. Covardias, ódios e invejas são alguns dos principais sentimentos que costumam transparecer sob as máscaras das regras de etiqueta do dia-a-dia, demoram, mas sempre aparecem.
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Provinciano é aquele que não enxerga além do seu quintal, sabe que seu gramado não é tão belo assim, mas ri por dentro quando a grama do vizinho aparece manchada pelo sol. Diverte-se tanto com aquela situação que não se dá conta que sua própria grama também fora afetada pela energia solar. Demora para perceber que as mazelas do vizinho acabam afetando também a sua vida, seu bairro já não é mais tão belo e visado, sua casa perdera valor.
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Continua internado no Hospital Governador Celso Ramos um paciente vítima de uma atrocidade ligada ao fanatismo covarde e injustificado. Thiago Goulart, 20 anos, torcedor do Figueirense, foi alvejado por 4 tiros disparados por torcedores do Avaí, motivo? Ele se recusou a retirar a camisa do seu time do coração.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sonego?

Sonegar ou não sonegar, eis a questão.
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Alguns dados importantes:

- Até o fim deste ano os brasileiros terão pago um pouco mais que 1 trilhão de Reais em impostos, diretos e indiretos. Os catarinenses algo em torno de 8 bilhões;

- A arrecadação vem crescendo na faixa de 20% ao ano em nosso país (mesmo com o fim da CPMF) durante os últimos 5 anos;

- 1/3 dos brasileiros que são considerados empregados atuam na informalidade, ou seja, não são registrados e não possuírão direito a aposentadoria;

- Estima-se que atualmente 30% das empresas brasileiras sonegam impostos;

-Pontualmente, no ano de 2005, o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) dimensionou que a sonegação atingiu a marca recorde de R$ 1,112 trilhão, ou seja, maior que arrecadação de 2008;

-Pena judicial por sonegação fiscal: Detenção, de seis meses a dois anos, e multa de duas a cinco vêzes o valor do tributo.
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A nossa atual carga tributária é alta, apesar do nosso país estar longe de possuir a maior taxação do mundo como alguns alarmistas adoram proclamar, pois possuímos a 41ª carga tributária mundial entre 178 países com números considerados confiáveis. Estamos melhores que Argentina, China e Índia, mas atrás de Chile e Rússia, numa zona de posição dominada por países emergentes e com características econômicas similares as nossas, comparar nosso sistema tributário com o de países europeus e com o sistema americano seria, de acordo com especialistas no assunto, burrice e cegueira ideológica.

O grande erro do nosso governo é fixar a tributação num patamar irreal que induz a sonegação e fomenta o emprego informal. Anualmente a arrecadação cresce vertiginosamente, imagine se a sonegação fosse zerada? Irreal? Baseando-se na característica do povo brasileiro e no planejamento imediatista de nossos governantes digo, infelizmente, que é sim um cenário irreal.

Alguns sonegadores justificam seus atos afirmando que não vêem melhorias substanciais através dos investimentos governamentais e acabam agarrando-se na iniciativa privada para provê-los dos três pilares básicos (educação, segurança e saúde), outros limitam-se a velha máxima "se eu pagar todos os impostos, morro, aí de quem o governo vai cobrá-los?". Ambos tem razão, por enquanto e em partes.

Somos muito imediatistas como povo, investimentos na educação, por exemplo, demoram décadas para mostrarem resultados, o exemplo da Coréia do Sul é batido mas cai como uma luva, hoje este país asiático orgulha-se de possuir um dos melhores centros de formação intelectual do mundo, seus investimentos maciços iniciaram a 30 anos, os nossos há apenas 15. Essa mesma lógica pode ser utilizada em relação a segurança e a saúde, quem viver verá, sou um otimista por natureza.

O Sebrae é considerado o parceiro das micro e pequenas empresas não por acaso, para aqueles que sonegam por medo da falência o Sebrae dará duas saídas: readequação fiscal (sugerir novas possibilidades de enquadramento tributário) ou ainda uma consultoria interna para tornar a empresa mais competitiva (corte de gastos e aumento de receitas), existem muitos pseudo-empreendedores malandros no mercado que se apóiam na maré-sonegadora para justificar suas falhas de competência e de caráter.
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Eu não sonego, peço nota fiscal e difundo a cultura que a mudança neste caso se faz através da sugestão de novas possibilidades tributárias, nas quais ganham os empreendedores e também o governo. A matemática parece de fácil solução (diminuir impostos=maior arrecadação em escala), mas as mudanças são estruturais, passam principalmente pela melhoria da educação tanto financeira como cívica do nosso povo.

sábado, 22 de novembro de 2008

A História Nossa de Cada Dia


Lembro da primeira vez que ouvi a resposta para a pergunta "Porque estudamos história?". Eu tinha acabado de ingressar no ensino médio e a professora de uma forma rasa, mas para mim bastante reveladora, respondeu da seguinte forma: "estudamos história para saber de onde viemos, quem não conhece seu passado não compreende seu presente e dificilmente conseguirá planejar com destreza seu futuro". Até hoje lembro com carinho desse momento.
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O processo de auto-conhecimento passa muito pelo retorno às origens, ou seja, investigar o passado da sua família. Os ritos e costumes atuais poderão ter ligação direta de alguma forma com a maneira como os nossos antepassado percebiam a realidade a sua volta. Não procure por ligações tão simplistas como preferências culinárias, vasculhe o baú familiar e entenderás com um pouco mais de clareza porque tomar algumas decisões parece tão fácil e outras um enorme sacríficio. A busca pelo auto-conhecimento histórico trará uma linha de valores, o que consideramos certo ou errado e o ordenamento prioritário de nossas necessidades. Observe!
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Não dê as costas para as suas raízes, elas são a sua essência.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Plano de Enfentamento de Crises

Ontem cheguei em casa às 4 horas da manhã após uma desgastante viagem de volta de São Paulo. Meu vôo, previsto para aterrissar em Florianópolis a meia hora do dia 13/11, possuiu um atraso de 3 horas e meia devido a problemas ligados a normas operacionais do Aeroporto de Congonhas e a falta de um plano emergencial para enfrentamento de crises por parte da empresa Gol Linhas Aéreas.
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Para mim tudo era festa. Tinha viajado à São Paulo para participar do processo de seleção de trainees para a Ford do Brasil. Dos 26.000 candidatos que inscreveram-se no processo só haviam sobrado 1.200, a etapa de ontem selecionará 250 e a última garantirá a vaga a 25 jovens executivos. O funil estreito antecipa uma recompensa grandiosa, pois os 25 eleitos serão preparados pelos maiores executivos da companhia (brasileiros e estrangeiros) para assumirem cargos de decisão na empresa. Para um administrador essa chance pode ser comparada a encontrar o bilhete dourado do filme "Willy Wonka e a Fabulosa Fábrica de Chocolate", na versão original não aquela babaca do Jonnhy Depp.
Passada a etapa, já com o sentimento de dever cumprido, me dediquei ao turismo na maior metrópole brasileira, para mim a "cidade dos táxis". Após o breve passeio, já com enorme saudade da terrinha, me desloquei (de táxi) ao Aeroporto de Cumbica. Aí a coisa começou a ficar "afro-brasileira" (o termo preta é politicamente incorreto)...
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O vôo marcado para às 22:20 já atrasara e mudara de portão, embarcamos todos ás 22:30 e no avião permanecemos parados por aproximadamente 32 minutos, tempo suficiente para o Aeroporto finalizar as operações do dia e exigir o redirecionamento dos vôos para Guarulhos. O problema é que outros 5 vôos também tiveram a mesma sorte (ou azar neste caso), deste 4 da Gol. Imaginem a cena: 2 mil e muitas pessoas aguardando a chegada de táxis (olha eles denovo aí) para a realização do translado Congonhas-Cumbica, totalmente perdidas e sendo enfiadas dentro dos automóveis sem muita explicação ou informação. Caos? Nas palavras do funcionário da companhia: "isso acontece semana sim, semana não, semana sim, semana não...." (ele repetiu essas frases mais algumas vezes).
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Onde está o plano de enfrentamento de crises da Gol? Calculem comigo:
2.400 pessoas
3 pessoas redirecionadas por táxi = 800 táxis
Média do valor da corrida Congonhas-Cumbica após 24:00 hrs: R$50,00
8oo táxis X R$ 50,00 = R$ 40.000,00 (por cima)
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Esta postagem objetivou demonstrar o abismo que existe entre alguns setores da economia nacional, enquanto a indústria automobilística investe pesado no futuro buscando corte de custos e aumento do lucro para sobreviver a pesada concorrência do setor, nosso transporte aéreo se dá ao luxo de pagar 800 táxis numa noite de Quarta-Feira.
Quero só ver quando a Gol vier a público dizer que está quebrada e solicitar ajuda do governo federal para continuar voando. Financiar, neste caso, seria premiar a incompetência.
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De passagem: o Aeroporto Hercílio Luz acaba de fechar a compra de 900 novos guarda-chuvas para embarque e desembarque de passageiros em dias de chuva.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Domingo com Fórmula 1

Que corrida emocionante foi este Grande Prêmio Brasil não? Há muito tempo não assistia uma corrida com tantos momentos marcantes e com um final tão eletrizante como a do último Domingo. Cheguei a desencalhar os velhos jogos de Fórmula 1 só para poder dirigir a Willians do Ricardo Patrese. Fantástico!
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Na minha opinião algumas considerações podem ser feitas após o desfecho da temporada 2008:

1) Hamilton mereceu (mas por apenas 500 metros), não me venham porém com essa história de "o primeiro negro..." que já encheu o saco;

2)Glock seu estúpido;

3)Vettel é o cara;

4) Piquezinho é um bundão (falar do Rubinho é fácil né?);

5) Barrichello e Coulthard: grandes nomes para a Stock Car 2009;
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Parodiando o já intensamente parodiado:
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Vaga na Renault: US$ 14 milhões;

Orçamento anual da equipe Force India: US$ 120 milhões;

A expressão do paddock da Ferrari após a confirmação das posições finais da corrida: Não tem preço!
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Moral da História: apressado come cru, comemora antes e paga o maior micão!

Até onde vai a imaginação?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

- E não é que o pai era bandido?

- Que pena da família da Eloá. Mantida em cárcere por mais de 100 horas e ainda acaba dessa forma. Acho que a culpa toda é da polícia, primeiro não souberam negociar com o sequestrador, depois deixaram a Nayara retornar ao apartamento e no fim invadiram de forma atrapalhada causando os tiros...
- Causando os tiros?
- Lógico, o Lindemberg não iria atirar na menina que ela amava se não se sentisse acuado.
- Ah, não?
- Ele só atirou porque sentiu que iria morrer, daí quis morrer junto com a sua amada.
- Acho que tens assistido muita novela.
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Vinte e quatro horas, este é minha proposta para prazo-limite de rendição em casos de sequestro.
24:01 - favor convocar os atiradores de elite.
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Essa tragédia brasileira possuiu sim um lado positivo: a discussão sobre a doação de órgãos.
Espero poder doar algum...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Rappa na Toca do Bandido

Poucos souberam mesclar tão bem as mais diversas possibilidades sonoras como o falecido produtor musical Tom Capone. Aqui uma demonstração do enorme talento deste gênio numa apresentação com O Rappa no seu reduto, A Toca do Bandido.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Maré Mansa


O governo Lula passará por uma prova de fogo nunca antes experimentada ao longo do mandato iniciado em 2003, a atual crise financeira desembarcará cedo ou tarde em nosso país (os efeitos iniciais já estão ecoando), desta forma e vivenciando esta situação poderemos finalmente testar a capacidade de enfrentamento da administração petista frente à uma crise de proporções mundiais. Como disse muito sabiamente Arnaldo Jabor a dois dias atrás comentando a crise: "Na maré mansa até eu".
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Sou um ferrenho combatente do estilo estatizador do PT, é bem verdade porém que este é um partido vendido que criou até dissidentes ao alterar sua plataforma socialista ao assumir o poder, o próprio sapo-barbudo recorreu a um publicitário para conseguir eleger-se, portanto mesmo em versão "light" o governo petista será lembrado como uma administração que aumentou, e muito, o custo da máquina pública. Movimento contrário ao sugerido pelas mais conceituadas mentes econômicas mundiais.

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Devo admitir que algumas das ações deste governo foram sim acertadas, principalmente as herdadas do governo FHC e plagiadas pelos caciques petistas. Alguns se salvam, Palocci, Mantega, Meirelles...e só. Gozar de uma aprovação de 80% não é para qualquer um, mas peço que concordes comigo quando digo que o que contribuiu e muito para esta lua-de-mel do governo com o povo foi a fantástica fase econômica que o mundo inteiro presenciou nos últimos 4 ou 5 anos. Foi uma beleza, ventos a favor e céu de brigadeiro.

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Sinceramente torço para que a economia mundial se recupere e que o nosso governo consiga calar minha boca. Agora não venha tentar me convencer que criar uma nova estatal para administração do petróleo da camada pré-sal é uma boa idéia. Nunca antes na história deste país foram criados tantos cargos públicos como na atual administração. O pesadelo tende a continuar, em 2010 Dilma Roussef vem aí!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Campanha

Estamos chegando ao fim do 1º turno das eleições municipais e deste pleito os eleitores de Florianópolis não podem reclamar: a variedade de candidaturas é enorme. Podem até questionar usando o velho jargão "são todos farinha do mesmo saco", mas rebato afirmando que não, temos sim candidaturas opostas e propostas divergentes, no fim das contas tem candidato para todo mundo.
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Votar é assinar uma procuração, principalmente para vereador, este será (ou deveria ser) o seu representante no desenho do futuro da sua cidade. Votar em branco é, basicamente, dizer que não está nem aí, qualquer um pode te representar. Anular é protestar, mas no fim das contas não adianta muita coisa. Penere bastante, algum candidato deve possuir o minímo de requisitos para representá-lo habilmente. Compare-os com seu advogado de confiança, acredite, você já assinou uma procuração para indivíduos bem mais questionáveis na vida e também já teve surpresas agradáveis quando depositou sua confiança num terceiro.
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Tu votas no Amin? Não. Tu votas no César? Também não. Ahhh, então és Dário? Nem perto amigo. Poderia continuar esta brincadeira mas o que quero explicar aqui é que quando votas para prefeito não estais comprando o candidato e sim a administração do partido. O prefeito é sim aquele que dá a última palavra, mas necessita de uma equipe comprometida e profissional para possuir uma administração consagradora. Por essa razão a formulação do 2º turno é tão importante, é neste ponto que para ganhar uma eleição os candidatos 'vendem a alma' e trazem para perto ideologias diversas que acabam desnorteando uma administração. Isto tudo é culpa desse medonho sistema pluri-partidário que 'aduba' partidos oportunistas. Muitas vezes é melhor perder o 1º turno e no segundo ganhar duas secretarias municipais sem ter que dar a cara para bater.
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Sabe o que mais me intriga nestas eleições municipais? Imaginar como o PSTU decide o candidato para prefeito. O quão ruim não deveriam ser os pleiteantes que perderam a chance para a Joaninha?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Dr. Google




O profissional médico atualmente necessita estar em constante atualização e especialização para diferenciar-se dos demais. Além do avanço da Genética, decorrente do Projeto Genoma, um perigoso concorrente vem tornando o seu trabalho cotidiano um pouco mais desafiador: o Dr. Google.


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Antigamente ao entrar num consultório o paciente sentia-se como um índio indo visitar o curandeiro da tribo: - O que me disser eu acredito, o que me mandar fazer eu faço. Isso acabou, para o bem de pacientes e dos bons profissionais médicos.


Hoje ao menor sinal sintomático o potencial paciente já acessa o Google e de lá extraí uma espécie de pré-diagnóstico, chega então ao consultório não tão inocente assim, às vezes (digo isso pela vivência prática) surpreende (e por muitas vezes corrige) o profissional que o assiste: - Peraí Doutor, não acho que eu necessite deste remédio, sei que de acordo com a minha doença os tratamentos mais indicados indicam a medicação X ou Y, não Z. Ou ainda: - Não farei esta cirurgia e nem utilizarei esta prótese, meu problema na coluna pode ser resolvido através de hidroterapia contínua.
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Não estou aqui dizendo que o profissional médico está tornando-se inútil ou que o Google seja uma fonte 100% confiável. Não sou louco. O que afirmo aqui, sem pestanejar, é que esta ferramenta de acesso às informações lança ramificações por todas as áreas, inclusive a Medicina, e assim exige uma maior preparação e constante atualização de todos os profissionais. A caixa-preta foi aberta e a popularização do saber é um caminho sem volta com viés de crescimento exponencial.


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A Medicina é uma profissão como as outras, existem profissionais bons e ruins a exercendo, por esta razão saber distinguir o joio do trigo por si próprio pode ser considerada uma conquista fenomenal.


Confie no seu médico predileto, mas por via das dúvidas consulte com o Dr. Google primeiro.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

R.R. Soares: O Lovejoy brasileiro


Qualquer semelhância será mera coincidência?

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Espaço Aberto

Todos os dias quando passo pela Construtora Espaço Aberto no Centro de Florianópolis me indigno. Tudo graças a enorme cara-de-pau dos donos daquela joça, isso mesmo joça.
Tudo bem que não se trata da maior construtora do mundo (é bem vagabundazinha por sinal) mas possuí hábitos de quem pensa que é a número um. Entre outros destaco a tentativa (bem sucedida até agora) de transformar a calçada da Avenida Trompowsky em seu estacionamento privativo através do usucapião (veja as fotos extraídas do site da joça).

Sabe o que é mais engraçado? Ao invés de construírem um estacionamento em outra localização ou até fixarem parcerias com os inúmeros estacionamentos que se avizinham ao estabelecimento, os proprietários tiveram uma idéia brilhante para resolver a pendenga: contrataram um homem-braçal para manobrar os 12 carros particulares que todos os dias estacionam na formosa calçada da avenida.
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Barato, rápido e com certeza nada ético.
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Acredito que ninguém com o minímo bom gosto compraria um imóvel planejado pela Espaço Aberto (aliás que baita nome estúpido não), mas não custa nada alfinetar essa fachada ridícula da construtora, fachada essa aliás que, querendo ou não, é o cartão de visitas da empresa. Trata-se de uma tentativa extremamente mal-sucedida de copiar o efeito das vidraçarias externas do Shopping Beiramar. Ruim, bem ruim mesmo.
Como morador das proximidades já me sinto incomodado pela invasão do espaço público, mas se eu comandasse uma construtora concorrente já teria contactado a prefeitura há muito tempo, pois com a economia do estacionamento "gratuito" essa empresa ganha uma vantagem competitiva frente as demais. Se bem que se a concorrência neste setor pudesse ser comparada a uma prova de 100 metros na natação, a Espaço Aberto seria aquele nadador da Zâmbia, Guiné, ou sei lá qual era o país daquele nadador que completou o percurso em aproximadamente 43 minutos.
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Mas que fachadinha feia não?

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Maldita Estabilidade


"Desgraçada! Maldita! Sevandija!". Diria o Prates.

Quem criou a estabilidade no serviço público não conhece nada de administração de empresas, estabilidade é igual a baixa produtividade.
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Trata-se de um "benefício" extremamente maléfico para a máquina pública, gera desmotivação, acomodação e insubordinação. Chega! Acabem com a instabilidade e meçam as consequências a curtíssimo prazo. Cabe aqui relembrar aquela história do cesto de maçãs, a podre geralmente vai infectar as demais, acredite: é isto mesmo que ocorre na vida real, excetuando-se aí pouquissímas exceções.

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Junho de 2007: Após inúmeras tentativas do governo estadual, finalmente foram exonerados funcionários que haviam sido admitidos no serviço público através de contratações, sem a exigência de concurso público. No Hospital Governador Celso Ramos, naquela época, trabalhavam 1352 servidores, destes 438 contratados que "embarcaram" nos Trens da Alegria em épocas de eleições, alguns destes "passageiros" possuiam contratos que já duravam cerca de 20 anos.

O dia seguinte a saída de aproximadamente 32% do material humano do hospital foi um caos completo. Filas e mais filas, correria e protestos sem fim.

Passadas duas semanas das exonerações o clima no hospital nem de longe lembrava o caos do dia seguinte, aliás parecia que o fluxo funcionava melhor do que nunca. Pacientes e documentos circulavam por menos mesas e a saída dos intermediários inúteis fazia com que os servidores circulassem mais pela estrutura do hospital. Resumindo: aqueles 30% a mais eram 'gordura'.

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Hoje ainda possuímos alguma gordura para gastar, mas a estabilidade impede que enxuguemos a máquina. O simples fato de tocar no assunto fim da estabilidade parece doer nos ouvidos dos mais acomodados e gerar promessas de greve caso o assunto seja levado à sério. Será que estes rebeldes sem causa não entendem que na verdade é tudo uma questão de lógica?


Estabilidade->menor produtividade->mais servidores->maior custo com a máquina pública->mais impostos->menos dinheiro no bolso da população->desaquecimento da economia->salários baixos

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Vivemos num mundo capitalista, competitivo e globalizado (clichêzinho não?), mas o serviço público vive numa outra realidade, um mundo socialista, acomodado e provinciano. Por isso minha gente me atirem pedras, mas sou completamente favorável ao fim da estabilidade no serviço público em todas as instâncias.


quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Investigando os investigadores

- Tais sabendo da novidade na Operação Satiagraha?
- Tô por fora, qual é?
- Agora estão investigando os investigadores, os principais réus são o Protógenes e o Fausto de Sanctis.
- Sério? Qual o motivo?
- Até agora não souberam dizer ao certo, apenas informaram que eles serão "revirados pelo avesso".
- E o Daniel Dantas?
- Parece que já está em casa, a justiça o concedeu habeas corpus.
- A justiça?
- É...a justiça.
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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Amarelo ouro?


Caramba.


Posso estar sendo exigente demais, mas acredito que um país enorme territorialmente como o nosso, com uma população de 190 milhões de bacuris e com uma quadrinha de esportes em cada escola pública deveria apresentar um resultado mais digno nas Olimpíadas. Desculpem o trocadilho escroto mas é realmente uma Olimpiada.


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Não venham me dizer que falta investimento porque até a Romênia consegue um resultado mais expressivo. Agora me diz: Que investimento maciço faz a Romênia no esporte? O Brasil é um país de amarelões. A cor da nossa camisa nos caí muito bem.


Quando somos favoritos esta constatação se torna ainda mais evidente. Falou em favoritismo brasileiro treme. Vou sim enaltecer o Phelps aqui (espero que eu não queime minha língua), o cara é favorito disparado a conquista de 8 medalhas de ouro e nem por isso demonstra o medo que podia ser visto no olhar do João Derly, por exemplo, que 'apenas' deveria defender o título mundial que ganhou após 8 ippons. Acho que descobri nosso problema: o evento não pode ser televisionado.


Se a Olimpíada for realizada no Brasil em 2016 (duvido muito, ainda mais na Bogotá brasileira) sugiro que não seja televisionada, assim conseguiremos atingir o nível da fabulosa nação romena.

domingo, 3 de agosto de 2008

Bom Momento

Registro hoje a minha extrema felicidade de poder acompanhar um dos melhores momentos do futebol profissional florianopolitano na história. Sem falsas demagogias e bairrismos entendo este processo como importante para o desenvolvimento da própria cidade e da ampliação da sua "marca" em território brasileiro e mundial. Quem diria 10 anos atrás que poderíamos hoje estar pleiteando uma vaga como cidade-sede da Copa do Mundo de 2014?

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Figueirense e Avaí (ou Avaí e Figueirense como queiram) necessitam um do outro. Esta relação de amor e ódio é primordial para o crescimento de ambos, a velha concorrência. Devo admitir que o 'start' para este incremento do futebol ilhéu foi dado pela conquista da Série C pelo Avaí em 1998, a partir deste fato o co-irmão acordou e através de uma gestão profissionalizada tornou-se uma potência do futebol brasileiro com participações relevantes nos últimos 7 Campeonatos Brasileiros da primeira divisão, além de finalista da Copa do Brasil de 2007 e participante de algumas edições da Copa Sulamericana.
Hoje o coelho da corrida de cães é o Figueirense, mas amanhã esta situação poderá inverter-se. Mesmo na divisão de acesso à elite o Avaí exerce, através de bons resultados, certa influência sobre a pressão por bons resultados de seu rival. No meu ponto de vista esta relação é saudável para o futebol florianopolitano, logicamente que aliada a investimentos contínuos e gerência profissional de ambas as partes.
Três de Agosto de 2008 marquem esta data: O Avaí caminha a passos largos para um sonhado acesso à Série A do campeonato nacional, pois é integrante do grupo dos quatro melhores times da segundona (prometo não usar o chavão G4 aqui), e o Figueirense parece ter encontrado novamente o caminho para a briga por uma vaga à Taça Libertadores da América.
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Lembro do tempo no qual o maior orgulho da dupla da capital era conquistar o Campeonato Catarinense ou ainda a 'fantástica' Copa Santa Catarina, dessas memórias não tenho saudades.
Torço sim pelo clássico manézinho na Série A, bom para os torcedores e para os times, melhor para a nossa cidade.


quarta-feira, 23 de julho de 2008

Vai um cigarrinho aí?


Tenho saudade dos tempos em que o politicamente incorreto ainda não incomodava ninguém. Naquele tempo as crianças comiam chocolate em forma de cigarro e 90% dos brinquedos eram relacionados à violência (quem não teve um Lango-Lango, um soldadinho que rastejava ou ainda aquela arma branca que produzia sons bizarros?). Tempos nos quais o Milkybar ainda se chamava Lolo e a moda do pirocóptero dominava o ensino fundamental.
É provado cientificamente que se, quando criança, você deliciar-se com Cigarrinhos de Chocolate sua chance de ser um fumante de cigarros de tabaco aumente muito. Concordo em partes com esse controle, mas pergunto: o que é benéfico e o que é maléfico no acesso das crianças a estes tipos de informações? E afinal quem segue à risca o manual do politicamente correto?
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Estava tudo certo:
- Controlando a televisão educaremos nossas crianças. Devemos administrar os horários e os conteúdos dos programas. Brinquedos serão censurados se comprovado que podem causar danos futuros ao psicológico dos jovens. Vamos cercá-las, assim facilitaremos nosso trabalho de educar e ainda por cima diminuiremos os custos públicos com saúde e segurança.
- Perfeito! Criemos então órgãos que controlarão estas minúcias, assim as redes televisivas e as fábricas de brinquedos terão de adequar-se sob a pena de multas pesadas por desobediência.
- Ótimo! Redija e eu assino.
Mas veio a Internet e destroçou esse plano brilhante. Como será possível controlar conteúdos agora? Ao clique de um mouse o mundo abre-se aos olhares infantis, informações infinitamente mais perigosas do que um gato correndo atrás de um rato com um martelo estão dispostas 24 horas por dia. Acredite em mim, as crianças de hoje são multimídias e farejadoras sagazes de materiais politicamente incorretos.
Sempre considerei os humanos seres movidos à desafios e obstáculos. Mostre um doce para uma criança, depois o coloque em um lugar de difícil acesso e divirta-se ao flagrá-la tentando alcançá-lo das mais geniosas formas.
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Censurando conteúdos sem critério e de forma atrapalhada não criamos crianças puras e sim pequenos fraudadores.
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A mesma lógica aqui apresentada pode ser aplicada às absurdas normas do CONAR que barram a criatividade dos premiados publicitários brasileiros.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A Verdadeira "Verdade Inconveniente"

Al Gore, este sim é um grandissímo fanfarrão. Amigo do povo? Não. Eco-líder? Dificilmente.
O fantástico autor de "Uma Verdade Inconveniente" possuí muitos interesses além do altruísmo do seu discurso pelego. As matas, a água e o meio-ambiente. Tá bom Al, me ganhasse com as tuas imagens eleitoreiras.
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O que faz um político em franca decadência para alavancar sua popularidade? Utiliza-se do subterfúgio dos covardes: o lugar comum. Todos sabemos, desde criancinhas, que precisamos sim zelar pelo nosso planeta e a continuidade do sistema predatório causará danos enormes a qualidade de vida no futuro. O aumento da conscientização e a difusão da educação ecológica são peças-chave para evitar este cenário, mas acredite, o mundo caminha naturalmente para isso. Nosso planeta sofreu, sofre e sofrerá milhões de mudanças bruscas em sua temperatura durante as mais diverasa eras. São os chamados ciclos climáticos, fundamentais para o equilíbrio do ecossistema terrestre.
"E o Futuro? Onde ele está?" pergunta Al Gore. Combustíveis renováveis? Ou talvez quem sabe em carros movidos à oxigênio? Pimba. Pegamos o "Gorezinho".
O ex-vice presidente americano e o magnata Richard Branson da Virgin, são, além de bonissímos amigos, sócios majoritários de uma empresa que investe pesado no lobby "o mundo vai acabar amanhã, estejam preparados", a velha política do medo, também usada por Bush diga-se de passagem.
A empresa de Gore possuí muitos projetos, o maior deles envolve a construção de motores movidos a oxigênio. Bonzinho esse Al Gore não? O homem quer é tornar-se bilionário e está caminhando a passos largos para atingir este pequeno objetivo. Na verdade ele ainda não engoliu a derrota para Bush e voltar a Casa Branca agora como manda-chuva, este sim, é seu objetivo principal (apesar de ele afimar que não).
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Dinheiro é bão, mas nóis qué é "podê"!
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Enquanto isso faça sua coleta seletiva de lixo, ajude o planeta sem contribuir para a campanha Gore 2012.
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Quer ler mais historinhas sobre nosso herói? Acesse já este link e divirta-se.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Para descontrair*

Certa vez uma grande empresa do ramo automobilístico abriu uma vaga para Gerente de Operações Internacionais. Recebeu cerca de 300 currículos, mas um chamou a atenção do Gerente de Recursos Humanos de forma especial, principalmente no item pretensão salarial. O candidato, neste item, fez as seguintes exigências:

- Salário de R$ 20.000,00 semanais;
- Um apartamento de luxo (de preferência cobertura) distante no máximo 1 quilometro da sede da empresa;
- Um carro de valor aproximado de R$ 180.000,00 (com cobertura de abastecimento);
- 3 salários extras anualmente;
- 2 férias remuneradas por exercício.

Duas semanas depois o candidato foi chamado para entrevista e travou o seguinte diálogo com o Gerente:
- Recebi seu currículo e gostei muito. Por essa razão lhe farei uma contra-proposta. O que você acha de R$ 30.000,00 semanais; um apartamento de luxo vizinho ao nosso parque industrial e uma casa na praia; dois carros de R$ 200.000,00 cada, um para você e outro para a sua esposa; cinco salários extras no ano e 3 meses de férias remuneradas anuais cobertas pela nossa empresa?
Visivelmente emocionado o candidado dispara:
- Você está brincando não é?
E o gerente finaliza:
- Estou sim, mas foi você quem começou.

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* piada descaradamente clonada da Revista VIP de Junho de 2008.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Os Invisíveis

Realizam seu trabalho em silêncio e movimentam-se de forma calculada. Um passo para frente e dois para trás. Dia após dia o fracasso os consome.

Sonham com uma vida bem melhor, mas sabem que na maratona do sucesso profissional já largaram com quilômetros de desvantagem. Faltou estudo e dessa forma as barreiras demonstraram-se impenetráveis. Alguns observaram o surgimento de oportunidades, mas as viram despedir-se de forma tão rápida quanto o tempo levado para a sua incompetência para agarrá-las tornar-se visível.
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Muito pior que ser questionado é não ser notado.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Médico e o Monstro

Fiquei extremamente chateado ao tomar conhecimento sobre a denúncia de corrupção que recaiu sobre o chefe da radiologia do maior hospital público de Florianópolis, Dr. Fernando Slovinski.
Conheço pessoalmente o denunciado, por essa razão afirmo, com alguma propriedade, que esta se trata de uma história real, na qual é remontada a dualidade expressa pelos personagens Dr. Jekyll and Mr. Hyde, as famosas faces do conto "O Médico e o Monstro".
Fato ocorrido, consumado e devidamente cinegrafado; ruim para a instituição, que tentava apagar a mal imagem deixada após denúncias envolvendo a existência de ratos em sua estrutura; pior para o profissional, que agora terá de explicar-se frente a inúmeras sindicâncias já abertas envolvendo seu nome.
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Fernando é conhecido no hospital pelo perfeccionismo e pela bipolaridade de seu estado emocional. Assumiu seu atual cargo pregando a organização dos processos internos, o asseio de seus comandados e um melhor atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, atualmente (na teoria) único convênio de saúde atendido no Hospital Governador Celso Ramos.

Após alguns meses de gestão, Slovinski já comemorava alguns avanços, pois, assessorado por uma equipe competente, conseguia aos poucos atingir seus objetivos.
Nos dias em que sentia-se bem Dr. Fernando encarnava Dr. Jekyll, atencioso com colaboradores e pacientes, modelo no que diz respeito ao profissionalismo médico em instituições públicas. Nestas ocasiões era conceituado como um sujeito boa-praça, prático, bom ouvinte e comprometido com seu trabalho.
Contudo Mr. Hyde, o alter ego do médico, também comparecia ao hospital. Munido de uma dose extremada de soberba e uma falta notável de educação, Slovinski destratava à tudo e à todos, largava numa gaveta o juramento de Hipócrates e transformava o ambiente no qual estava inserido num local para não se estar, reinava ali a política do medo. Não à toa recebeu, graças a estas passagens, a alcunha de "cavalo".
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Imagens falam mais que mil palavras e para mim parece que a defesa do profissional médico irá penar para absolvê-lo das acusações impostas. Três mil e quatrocentos Reais (deveriam ser três mil e quinhentos como Slovinski repete inúmeras vezes na gravação), esse foi o preço pago pela execução de um exame que deveria ser gratuito e coberto pelo sistema de saúde mais premiado no mundo. O que os planejadores do SUS não imaginavam é que a universalidade, integralidade e a eqüidade preconizadas pelo seu premiado sistema, abririam tantas brechas para fatos como o ocorrido no Celso Ramos.
Que fique bem claro, Slovinski não foi, não é e nem será o único profissional médico a cobrar procedimentos particulares dentro de um hospital 100% SUS, talvez tenha sido apenas o ingênuo da vez.
Aguardamos agora os próximos capítulos desta novela, as punições, se existirem, desenharão o futuro do atendimento público de saúde em nosso Estado e de forma mais pontual no Hospital Governador Celso Ramos.
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A mesa está pronta, esperamos que o prato da vez não seja (novamente) pizza...

domingo, 29 de junho de 2008

Um Mundo de Advogados

Resolvi trazer a página principal uma discussão que vem sendo realizada no espaço para comentários do post "A culpa é do 'púlitico'!!!!!" de 02 de Junho de 2008.


Naquele post eu defendi o investimento maciço em educação e uma maior pró-atividade dos formadores de opinião deste país como forma para exterminarmos a corrupção e possuirmos representantes mais íntegros e capazes de assumir tal responsabilidade.


Pois bem, fiquei sinceramente surpreso com o último comentário que obtive. Nele Lívio tece alguns argumentos que faço questão de comentar abaixo:


1) "Um mundo sem ordenamento jurídico é um mundo fadado à barbárie."

Concordo em partes com esse argumento. Sim um mundo sem lei alguma é um retorno à era das cavernas, mas um mundo com leis arcaicas e tendenciosas também pode ser considerado uma bomba relógio, ou não?

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2) "...a retidão de conduta esperada pela vitaliciedade de um cargo político numa democracia é inspirada na conduta moral dos reis, ou seja, na monarquia."

É realmente paradoxal Lívio. Acredito que um sistema de governo que hoje somente serve de pretexto para bancar antigas oligarquias deveria ser apenas lembrado através dos livros de história. Não acredito no pretexto que sendo justo, honrado, transparente e leal um "político" seria considerado um tirano ou incompetente. O revezamento no poder é, ao meu ver, uma das belezas da democracia moderna. Se um servidor público regular já acomoda-se em seu cargo apenas com o benefício da estabilidade de carreira, imagine um ministro do S.T.F. com todo o poder advindo do cargo em suas mãos por tempo indeterminado? Os vícios pessoais e precedentes legais que a mente deste homem carregará ao longo de seu mandato, na minha opinião, afetarão de forma decisiva suas posições no trabalho e consequentemente a vida de toda uma nação. A oxigenação é sim necessária.

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3) "A meu ver, todos os pleiteantes a cargos políticos deveriam possuir, no mínimo, o bacharelado em Direito."

O direito de opinião é sagrado, mas perdoe-me por também discordar desta afirmação, apesar de sua posição ter me feito analisar friamente a minha própria sobre os "funis" para cargos políticos. Pensei: "Será que realmente seria necessário todo postulante à algum cargo político possuir o bacharelado de Direito?" Acredito que não. Aliás essa afirmação soou para mim como frase feita de professor de Faculdade de Direito na aula inicial de curso: "Retirem um folha almaço e respondam: Porque nossa profissão é importante? Escrevam cinco itens e passem para frente."

Um executor não administra sozinho, ele possuí (ou deveria possuir) uma gama de profissionais que auxiliam sua gestão. Engenheiros, médicos, arquitetos, filósofos e também advogados que munidos de seus conhecimentos específicos auxiliarão a eficiente administração do todo.

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Assesor jurídico essa é a palavra-chave. Um assessor e nada mais. Quando você não possuí conhecimento aprofundado num assunto procura quem o possuí, isso eu chamo de terceirização de especialidades. Um arquiteto pode sim, sem ser bacharel de Direito, assumir um cargo político. Ao idealizar seus projetos ele irá consultar seu assesor juridíco que, de forma embasada, dará o sinal verde ou não para a proposta ser apresentada em assembléia.
Se todo o cargo (político ou não) que exija alguma noção legislativa demandasse o diploma de advocacia, faltariam carteiras nas universidades caças-níquel distribuídas país afora. Viveríamos então, dentro deste contexto, num mundo de advogados.



quarta-feira, 25 de junho de 2008

A melhor de todas!

Muitas vezes os humanos mais ordinários são capazes de genialidades momentâneas:

"A mais torradinha da Ilha."*

*Pixação feita no tapume que cobria os escombros da antiga Pizza na Pedra do centrinho da Lagoa, que sofreu um incêndio em 26 de Maio de 2003 .

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dr. Leandro

Quando dentro de um carro e protegido pela película negra que impossibilita sua identificação o jovem tímido se sente forte, vivo, respeitado e desafiador. Ali ele é aparentemente intocável. Acelera como poucos, desrespeita a velocidade sugerida e demonstra na prática o seu cartel de movimentos de direção ofensiva. Ao chegar em casa ele, já despido de sua carapuça metálica, retorna a sua vida real e percebe que as suas demonstrações de coragem estavam ligadas apenas ao anonimato momentâneo. Suspira e por alguns momentos volta a pensar em suicídio.
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As crianças riam sem parar e não conseguiam disfarçar a satisfação de mais uma vez obterem sucesso em seus já diários trotes para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. O enredo da pegadinha mudava constantemente, mas via de regra envolvia o uso de um telefone público, assim dificilmente seriam flagradas no ato da ligação.
Longe dali uma senhora cai durante o banho. É socorrida por um familiar que, ao perceber a gravidade da situação, saca o telefone celular e disca 190. Sem sucesso. As linhas congestionadas impedem o chamado. Horas depois a senhora é declarada morta, vitíma de um derrame que poderia ter sido evitado caso o atendimento não fosse tardio.
As crianças, já em casa, dormem o sono dos inocentes, acreditam cegamente que as suas brincadeiras nunca afetarão de forma decisiva a vida dos demais, mas, caso afetem, sabem que sairão ilesas protegidas pelo anonimato.
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Era um funcionário medíocre as vistas dos companheiros, suas contribuições a companhia eram restritas as tarefas diárias e nada mais. Pouco falava e quando questionado respondia monossilabicamente, quase sempre de acordo com a maioria dominante.
Entretanto, secretamente, enviava de forma compulsiva sugestões pela caixa da ouvidoria para os comandantes da empresa. Com a ficha na mão desempenhava uma função importante, vislumbrava soluções para os problemas da coorporação de forma genial, antevia oportunidades fantásticas de negócios e sugeria mudanças que agradavam tanto as chefias como os colaboradores. Os gerentes faziam reuniões periódicas e discutiam por horas as idéias por ele enviadas, porém não sabiam a quem pertenciam, tudo porque o sujeito assinava suas sugestões sempre com um pseudônimo: Dr. Leandro.
Certo dia sugeriu, através de seu pseudônimo, um corte imediato de pessoal na organização. Provou de forma embasada que aquela era a única saída para a empresa manter-se viva no mercado. Aguardou um momento de solidão e depositou sua proposta na caixa da ouvidoria. Dias depois teve uma enorme surpresa ao se deparar com uma carta remetida pela direção, leu copiosamente a notícia que seria demitido. Motivo: corte de pessoal.
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Em breve divulgarei aqui o nome completo, a página no Orkut e o email pessoal do Dr. Leandro, que de Doutor não é chamado nem pelo flanelinha mais tosco.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Pergunta que não quer calar

Será que a mulheres dos pescadores da Avenida Beira-Mar não ficariam envaidecidas ao flagrarem seus maridos realmente "pescando" na famosa avenida, ao invés de estarem cometendo adultério como o esdrúxulo álibi sugere?

Conversa cotidiana

- Que achas de pegar um cinema hoje?
- Pô, pode ser.
- Tem um filme muito bom em cartaz. Elogiadissímo por vários críticos e ainda por cima é um campeão de bilheteria. Acho que vale a pena conferir.
- É? Então pode ser.
- Mas tu não sai de cima do muro não?
- Como assim?
- Para mim quem fala muito 'pode ser' não tem opinião. Paga para não pensar e suborna para não tomar partido. Vive acomodado a sombra das vontades do outros e está condenado a viver como um marionete na mão dos demais.
- P....
- Porque parasse? Que ias dizer?
- Melhor não.

terça-feira, 10 de junho de 2008

A pedra e a vidraça

Como é fácil ser pedra e como se aprende sendo vidraça.
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De um lado o promotor público, dono das mais altruístas visões, amigo do povo, companheiro da justiça, caminhando sempre ao lado dos bons costumes e da retidão de caráter. Do outro lado todos os outros, nós humanos desprezíveis, leigos no trato com a lei, aspirantes a alcançar o caminho dos céus, a glória de um dia passar incólumes as pedras atiradas pelo primeiro.
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Era uma segunda-feira e a cara deslavada daquele 'defensor do povo' me enojava. Num discurso de três (intermináveis) minutos conseguiu proferir cinco vezes o seu já famoso chavão:"atuo não em causa própria e sim pelo bem público". Pois bem neném comece apoiando a reforma no judiciário que objetiva acabar com as brechas e benefícios intermináveis que os seus nobres colegas de profissão abriram e se auto-gratificaram ao longo do nosso 'amadurecimento legal'. Quem sabe assim seu discurso soe menos hipócrita.
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A vidraça, em seu corner, apenas recebe as bofetadas. Atirada aos leões busca entender o motivo de tanta ira: "As leis são impraticáveis, umas desdizem as outras, demonstram-se arcaicas e dificilmente me defendem. Os que me julgam através deste emaranhado de 'armadilhas sutis' são os mesmos que as armam. Algo está fora da ordem...".
Massacrada e humilhada a vidraça junta seus cacos enquanto observa de longe a pedra vangloriar-se pelo feito: "quem não andar na linha, irá sofrer as consequências. Eu sou a lei".
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Como está não dá pra ficar, enquanto isso mantenha suas janelas protegidas pelas venezianas...

sábado, 7 de junho de 2008

De lá pra cá

Ditado italiano extraído da obra Máximas e Mínimas do Barão de Itararé:

"Chi vo non po;
Chi po non vo;
Chi sa non fa;
Chi fa non sa.
E cosi il mondo mal va".

Trocando em miúdos:

"Quem quer não pode;
Quem pode não quer;
Quem sabe não faz;
Quem faz não sabe.
E assim o mundo vai mal."

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Cabe como uma luva para um certo país ao sul do Equador, não?

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Toda unanimidade é burra?

- O Jô é inteligentíssimo. Realmente não durmo sem assistí-lo.
- O Jô é um fanfarrão.
- Nossa! Não acredito que não gostas do Jô. Ele é uma daquelas unanimidades.
- Não acredito em unanimidades.
- Sério? Vais me dizer que não gostas do Beatles também?
- Não, não gosto deles.
- Mas eles são uma unani....
- Sei, unanimidade né?
- Poxa os caras revolucionaram a música moderna, atrairam multidões, influenciaram muitos gênios da música. Até hoje vendem mais que muito artista contemporâneo.
- Sei lá, acho que eles nunca me impressionaram. Talvez se tivesse vivido naquela época eu....
- Shhhh. Só um pouco. Tá começando Friends.
.....................

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A culpa é do 'pulítico'!!!!!

Como é costumaz ouvir essa frase não? Ela possuí variações como: "Detesto política", "Queria que todos os políticos fossem mortos", etc... Besteira, besteira e mais besteira.
As raízes da formação do nosso país tropical nos explicam uma parte do conceito da maioria da nossa população quanto aos seus representantes legais. Nossa unidade federativa foi colonizada (em grande parte) pela escória humana dos nossos colonizadores. Franco demais? Para explicar meu ponto de vista pergunto: Que tipo de ser humano em sã consciência embarcaria numa viagem aos confins do novo mundo se gozasse de uma boa vida na metrópole? Escória. E depois de um período de colonização, que tipo de ser humano vislumbraria no Brasil uma forma de tornar-se rico rapidamente e largaria sua vida na Europa para conviver com os selvagens americanos? Escória ambiciosa. Posso continuar mas acho que já entenderam meu ponto.
A famosa "Lei de Gerson" vem das profundezas do nosso povo, dos italianos que brigavam por cercas posicionadas de forma mal-intencionada, dos holandeses tarados por açúcar, dos portugueses covardes que fugiram como ratos da França de Napoleão... Somos um povo movido por levar vantagem e com visão de curtíssimo prazo. Pergunte para qualquer empregador americano de jovens universitários brasileiros a sua taxa de satisfação quanto ao trabalho dos mesmos. Não atirem pedras em mim, sei que toda regra tem sua exceção e existem muitos brasileiros confiáveis e trabalhadores e, otimista por natureza, acredito que esse número vem aumentando exponencialmente.
Toda essa introdução foi necessária para defender minha opinião central: cada país possuí os governantes que merece. Se hoje nossos políticos roubam feito loucos é porque a cultura do nosso Brasilzão permite. As leis não são cumpridas e as autoridades não possuem, na verdade, autoridade nenhuma. Ok falar é fácil, qual a solução? A solução meus amigos reside em dois fatores principais: educação e pró-atividade.
Dizer que educação salva um país é chover no molhado, mas é totalmente verdade. Numa guerra um povo perde seus edifícios, riquezas e até territórios, mas de forma nenhuma perde seu aprendizado. Um povo culto é um povo vencedor, crítico, não acomodado e empreendedor.
A revolução sábia é realizada de dentro para fora. Se hoje os políticos que nos representam deixam a desejar não reclame como uma velha e participe do pleito político. Pró-atividade.
Não é necessário afiliar-se a um partido ou ainda lançar-se como candidato a presidente defendendo a bomba atômica para participar ativamente da administração do nosso país. Analise, seja crítico, não fuja de debates políticos, se interesse pelas discussões em trâmite (acredite, um dia essas decisões de alguma forma afetarão sua vida) e vote, mas vote consciente. . Defenda-se antes que seja tarde demais. Chavão: a melhor defesa é o ataque.
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Moral da história:
Não jogue a responsabilidade para o barbudo que nos representa hoje no mundo, não culpe o careca bigodinho de Hitler que administra nosso Estado e não julgue o brega que administra a nossa cidade. Eles são a mais democrática cara do nosso povo.
"Quem cola, 'num' saí da iscola!"

quarta-feira, 28 de maio de 2008

E se... (Respostas)

Pus esse título no post em homenagem a uma observação pertinente de um colega (sim existem variações de relacionamentos de amizade, explico isso em outra ocasião). Certo dia ele interrompeu uma conversa interessantissíma (conversávamos sobre o Caso Ronaldo) para me perguntar: "Porque tu sempre tens que viajar nesse "E se..."?

Explico. Enquanto muitos tendem a absorver as informações dadas sem nem se darem trabalho de filtrá-las, eu sempre optei por me perguntar (muitas vezes em voz alta) se não existiria uma outra forma de entender aquele fato ocorrido, reportado e por isso muitas vezes transformado. Não estou aqui fazendo marketing pessoal, quem convive comigo sabe como posso ser irritante por causa dessa mania.

E se alguém realmente entrou na casa dos Nardoni e jogou a Isabella pela janela(dificíl não)?
E se o Senna não tivesse morrido em ação, continuaria um ídolo depois da aposentadoria ou viraria um Pelé (ídolo mundial que convive com a sombra maligna do Edson, aquele que tem problemas de ereção e que ouviu uma sugestão de cardápio nada apetitosa do Romário após mais um comentário infeliz em rede nacional)?
E se ao invés de quem tem ensino superior ganhar mordomias na prisão acontecesse o contrário, partindo do pressuposto que este indivíduo possuí, teoricamente, uma maior capacidade de discernir o certo do errado?
E se fosse proibido por um ano qualquer menção em rede nacional de televisão das palavras 'graças' e 'Deus'? Será que não seriam mais realizadas entrevistas nos centros das grandes cidades brasileiras?
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Ahhh...O título da postagem anterior remete aos mentirosos de plantão, que sempre lançam suas inseguranças, desvarios e falta de coragem para "um amigo de um amigo meu"...

Um amigo de um amigo meu....

Sempre gostei de escrever desde pequenino, como tinha que escolher o que faria da minha vida aos 17 anos cheguei a prestar vestibular para Jornalismo (no qual não fui aprovado).
Acredito que a vontade de colocar minhas idéias no papel (ultrapassado isso não?) sirva mais para um hobby do que para um ganha-pão, por isso tenho certeza que decidi bem em cursar, e hoje estar formado em Administração.

Escrever bem é uma arte, não pretendo narrar aqui romances dignos de aceitação pela Academia Brasileira de Letras (se bem que até o Roberto Marinho entrou), mas pretendo manter o minímo de respeito a quem dedique alguns minutos para ler o que escrevo.
Quantas vezes nos sentimos atraídos por textos que desafiam nossa capacidade de contra-argumentação ou ainda ampliam nossa visão demonstrando outros lados da mesma história? Gosto de atuar como advogado do Diabo (ué Deus não se escreve maiúsculo?) e não me agrada a alcunha de "caixa de ressonância", por essa razão procuro questionar bastante antes de repassar uma notícia para frente.

Crio hoje esse espaço para fomentar discussões (tenho certeza que as maiores serão comigo mesmo) e escrever aqui minhas memórias diárias sobre fatos cotidianos. Um dia poderei rir de mim mesmo e relembrar com saudade do meu atual dia-a-dia: do que eu gostava de fazer, dos meus objetivos momentâneos, como eu via o mundo.
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Hoje tanto paspalho (boa essa) tem algo a dizer, por eu também não teria?