Li uma tirinha que achei inteligentíssima hoje. Basicamente apresentava uma sereia que dizia o seguinte: - Conquistei riqueza, respeito, possuo saúde, sou inteligente e bem relacionada. No quadro seguinte ela parava e refletia, no posterior saía-se com essa: - Agora como vou impedir os outros de alcançarem isso?
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O pensamento incluído nessa simples tirinha, infelizmente, reflete o pensamento de boa parte da população. Depois que meu objetivo está completo, danem-se os outros, ou melhor, danem-se os outros que não me circundam, pois assim não vou deixar de poder tirar uma "casquinha" dessa felicidade. Mas não muito, não quero ninguém próximo muito mais feliz que eu.
Pensamento pobre não?
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O contrário também acontece e não é menos raro:
-Não penso muitas vezes em alcançar mais conquistas, dá trabalho, vou ter que manter a excelência, vou ser sempre cobrado pelo resultado que já obtive no passado, etc, etc... Mais fácil é torcer que quem está por cima "desça" o mais rápido possível, assim somente as fraquezas daquele estarão expostas e nós ficaremos do "mesmo nível".
Pergunto: estou mentindo ou existem pessoas assim à nossa volta? São poucas ou numerosas? "Me diga com quem andas e eu te direi quem és", ditado que nunca envelhece.
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Hoje durante o anúncio da nova política salarial dos servidores públicos do executivo catarinense observei, na prática, manifestações do que chamo de (in)felicidade alheia. Não julgo ninguém por considerar a proposta realizada insuficiente, mas propor a retirada de valores dos vencimentos de outros servidores de outras esferas para uma "divisão mais igualitária" me soou socialista demais. Ao meu ver o socialismo é o sistema que, de forma mais clara, evidencia o termo (in)felicidade alheia e, pior, através de uma política pública de "igualdade". Premia a cigarra em detrimento da formiga.
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Não é justa a divisão do orçamento para os poderes, não é cabível a disparidade dos vencimentos entre os servidores, não é amigável a diferença dos valores dos vales-alimentação das diversas pastas e poderes que compõe o rol de servidores públicos estaduais? Talvez a resposta para estas perguntas seja um sonoro não, mas atacar aqueles que conquistaram essas benesses sem argumentos suficientes para requerer o mesmo para si próprio é, no minímo, desespero de despreparados.
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Já defendi aqui diversas vezes e o farei quantas vezes for necessário: a mudança se faz de dentro para fora e não o inverso. Os descontentes são, normalmente, deficientes, se não o fossem não brigariam por migalhas, pegariam sua "viola" e iriam tocar modas em outros terrenos. Ninguém é obrigado a trabalhar "muito" por "pouco", a escravidão já é finda há pelo menos um século, quem não se sente à vontade pode a, qualquer, momento pedir demissão, não o fazem por dois motivos principais: covardia ou falta de empregabilidade.
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As cigarras são minoria, mas fazem um barulho...
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Sonho com uma sociedade mais justa sim, onde a felicidade coletiva prevaleça e na qual cada um tenha bem claro o conceito de suficiência frente ao que trabalham para ampliá-la.