Obama está comprando uma briga feia nos Estados Unidos e também por isso sua popularidade nem lembra a obtida no período pós-eleições quando o sentimento comum era Deus no céu, Obama na terra.
Nunca fui o maior fã do Barack, as suas promessas de campanha me trouxeram lembranças de situação semelhante ocorrida num país ao sul do Equador em 2002. Reformas? Hmmm, melhor deixar para lá....
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Deixando algumas mancadas de lado, humanas diria, já que o Obama (pasmem) também é humano, apóio o seu esforço no sentido de melhorar o acesso ao atendimento médico gratuito para a população americana, o "SUS dos Estados Unidos". O sistema de saúde americano atual é uma piada, mais ou menos como se aqui no Brasil a Unimed desse assistência total a população: -você paga, mas quando precisar iremos verificar as letrinhas miúdas do seu contrato individual, caso haja inconsistências.... Acabaria tudo no particular denovo.
Educação, saúde e segurança são os três pilares essenciais de suporte governamental, o Estado deve garantí-los, mas você possuí a opção de optar pela iniciativa privada, isso é algo que, mesmo precariamente, temos aqui. Os próprios idealizadores do novo sistema de saúde americano visitaram diversas vezes o Brasil buscando criar um modelo semelhante ao do nosso SUS, saíram impressionados, mas cabisbaixos: - É muito caro.
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O que vai a votação nessa reforma da saúde americana é um SUS pobrinho, uma adaptação paleativa que visa melhorar um pouco a cobertura pública em saúde, com viés de crescimento. Abaixo alguns pontos deste projeto:
- Ampliar o seguro de saúde para 36 milhões de norte-americanos que carecem dele. Segundo o Escritório do Censo, o número de pessoas sem seguro de saúde alcançou 46,3 milhões em 2008;
- Criar um plano de seguro público, que concorrerá com os privados. Segundo o Escritório de Orçamentos do Congresso, seis milhões de pessoas vão escolher esta opção;
- Proíbir as seguradoras privadas de se negarem a estender uma apólice a pessoas que sofrem de uma doença, e de cobrar mais de acordo com o histórico médico das pessoas;
- Permitir que os menores de 27 anos usufruam da cobertura do seguro de saúde de seus pais.
- Ampliar o programa Medicaid, destinado aos pobres. Estima-se que 15 milhões de pessoas a mais poderão somar-se a ele, número incluído nos 36 milhões de americanos que receberão cobertura, segundo o plano;
- Dar subsídios aos cidadãos para o pagamento do seguro.
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Resumindo: não podemos cobrir tudo de uma vez, precisamos do apoio privado, vamos diminuir o poder das coberturas privadas um pouco, mas vamos subsidiar novos clientes para eles, chegou a hora de cuidarmos dos nossos pobres e, para parecermos bonzinhos, estenderemos a cobertura dos pais aos filhos de até 27 anos. Ótimo, agradaremos gregos e troianos, quem sabe nossa popularidade e IDH cresçam um pouquinho.