quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Reta final



Sempre gostei de política, lembro bem das campanhas de 1994 (Fernando Henrique Cardoso - "Levanta a mão, levanta a mão, Fernando Henrique é o Brasil que vai vencer..." e 1996 (Vinícius Lummertz - "Vinícius é querido, Florianópolis é querida, Vinícius é 25, pra mudar a nossa vida...".  Achava um barato acompanhar o avanço das pretensões de voto nas pesquisas e a visão dos candidatos sobre o território que desejavam governar. Hoje entendo que além de "torcedor" tenho que deixar imperar a visão de morador, de contribuinte e, principalmente, de cidadão.  Como as ideologias se perderam com o tempo e hoje os partidos (viavéis) não debatem mais questões estruturantes e sim como vão tocar suas administrações frente a realidade que está a  nossa volta, acredito que o importante é votar em projetos e não em promessas.
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Trazendo este assunto para a nossa querida Florianópolis, que para um candidato é o pior lugar do mundo para se viver e para o outro é um paraíso, percebemos claramente uma inclinação da população no voto em partidos conservadores. Santa Catarina é um estado conservador, não aventureiro e desiludido com promessas popularescas de mudanças radicais. Somos mais inteligentes que os demais? Talvez não, mas com certeza somos mais realistas. A decepção com o governo petista foi enorme, fomos claramente prejudicados por sermos mais eficientes e ficamos esquecidos pelo governo federal que nos usurpa 70% de todos os impostos pagos e nos retorna muito pouco desse bolo. Florianópolis, mais especificamente, tem péssimas lembranças do governo da Frente Popular capitaneada pelo prefeito Sérgio Grando que, apesar do rosto amigável, não foi nada amigo da cidade.
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Uma boa surpresa dessa eleição foi a considerável opção do eleitorado pelo técnico Elson Pereira do utópico PSOL, considero muito mais um fonômeno ligado a deficiência dos outros candidatos que pela própria força do candidato socialista (sim ele defendia uma sociedade socialista). Pereira é o típico acadêmico laureado por seus estudos, mas ignorante em gestão, na prática um ótimo consultor, na teoria dos "revoltados perseguidos pelo sistema", a válvula de escape possível. O que falta em Elson, sobra em Gean, o que falta em Gean, sobra em Elson. César é um mezzo a mezzo e Ângela tropeçou na própria história, trocou seu passado "combativo" pela possibilidade de se tornar viável. Sua baixíssima produção na Assembléia destruiu a imagem da mulher guerreira e o repetitivo mantra do apoio do governo federal não emplacou, foi uma eterna coadjuvante, mostrou despreparo para lidar com a situação de terceira opção e, por algum tempo, líder nas pesquisas. Confesso, no primeiro turno fui muito mais anti-Ângela que pró qualquer candidato.
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O segundo turno é realmente uma nova eleição, quase impossível de determinar uma migração dos votos dos candidatos derrotados. Pode ser Pepsi? Qual o critério a ser utilizado por aqueles que depositaram o voto num candidato que não vingou para definir quem será o fiel depositário de sua confiança nessa nova corrida eleitoral? Ouve-se muitas declarações de voto nulo, mas internamente todos nós sabemos o quão importante é manifestar sua vontade, mesmo que não seja a primeira imaginada. Aliás o voto anulado é uma consequência dessa idiota obrigatoriedade de votar, se o indivíduo por si só não compreende o peso de ter seu voto registrado, porque o governo deve obrigá-lo a fazer isso? Mesmo assim digo e repito: votar nulo ou em branco é uma imbecilidade pois alguém irá governar a sua cidade, vote você nele ou não. Prefere com ou sem anestesia? Não tenho saída, a obturação terá que ser executada, melhor que ainda possa optar pela forma menos dolorosa de encarar essa situação.
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Não amparo meu voto em pesquisa, sou aquela porcentagem da população que não se importa em perder, desde que tenha sua consciência tranquila em ter votado naquele projeto que mais lhe apeteceu. Eleito o novo gestor farei meu papel de cidadão da mesma forma, criticando, sugerindo e colaborando para que a nossa cidade, estado ou país avance nas mãos do eleito pela maioria. E viva a democracia! 
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Gean e César, César e Gean disputarão voto a voto a cadeira de prefeito de Florianópolis até a próxima consulta que realmente vale: a das urnas. Gean está focado neste objetivo e revigorado com a possibilidade da disputa no segundo turno, mas deve tomar cuidado com as alianças que está construindo para obter a vitória: "me diga com quem te alias e eu te direi quem será teu secretário da saúde, de obras e gerenciará o IPUF". César venceu o primeiro turno mas está ressabiado, sabe que conta com uma torcida contrária maior que seu oponente, quando líder poderia ter administrado melhor essa posição e não o fez, possuí consultores em áreas estratégicas que me arrepiam só de pensar que poderão compor seu governo.
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Não declararei aqui meu voto, até porque sinceramente ainda tenho dúvidas reais sobre seu destino, mas já determino de antemão, apesar do que dizem os colunistas regionais de política que sabem de tudo e de nada ao mesmo tempo, a grande vencedora desta eleição em Santa Catarina: a tríplice aliança.    

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Memória curta

 
Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.

John Galbraith

Clássico (mais atual que nunca)


No já longíquo ano de 1994, quando o Brasil após 24 anos se tornava novamente campeão mundial de futebol nos Estados Unidos, uma banda começava a se tornar conhecida nacionalmente e um de seus primeiros sucesso "Candidato Caô Caô",de uma forma irônica já mostrava a cara de "O Rappa" combinando música com crítica social. Um clássico, mais atual que nunca.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Einstein X Deus



Confesso que nunca estudei a fundo a história de Albert Einstein, apenas sabia que, além de alemão, era considerado um dos maiores gênios da história da humanidade e que era o pai da teoria da relatividade (e=mc2). Também a ele era atribuída uma das frases que mais recebia em resposta quando manifestava minha falta de opção religiosa, diziam que Einstein, um dos baluartes da ciência, uma vez disse: "quanto mais conheço o universo, mais acredito na existência de um ser superior".  Hoje, após a divulgação de carta escrita a mão por Einstein que deixa claro seu entendimento, naquele período da sua vida, sobre a religião, a existência de um ser superior e sobre o judaísmo, torna-se ainda mais difícil entender qual o conceito deste gênio sobre o tema.
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Esta carta, datada de 1954 e endereçada ao filósofo Eric Gutkind, traz uma visão pessoal e informal de Einstein sobre este delicado assunto. O cientista desconsidera as práticas religiosas, mesmo a religião judaica, do povo ao qual pertencia, não foi poupada: "A religião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais infantis". Num tom ácido ainda diz que os judeus não possuem nenhuma diferença dos outros povos, sendo que a única razão de estarem protegidos dos piores cânceres da humanidade é porque "lhes faltaria poder".
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Sobre Deus os comentários mais contundentes, como: "a palavra Deus é para mim nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana". A Bíblia é definida como "uma coleção de lendas honoráveis, ainda que primitivas". A confirmação da autenticidade deste documento derruba todas as afirmações, principalmente católicas, de que Einstein defendia a existência de um ser superior.
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Como todo gênio Einstein possuía suas contradições, tanto que atribui-se a ele um embate, ainda quando criança, com um professor no qual, através de explicações ligadas a física, derrubava os argumentos do mestre que buscava comprovar que Deus era mal. Verdade ou não é possível que o menino Albert tenha, através do estudo prolongado, revisto seus conceitos ao longo da vida e alterado sua visão sobre o tema. Talvez ainda, no leito de sua morte, o cientista tenha vivido uma experiência que derrubou as impressões inscritas na carta enviada a Gutkind nos longíquos anos cinquenta. Quem saberá?
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A verdade é que no fim das contas o que vale é a sua impressão individual sobre a vida e sobre a fé. A liberdade de escolha de sua vertente ideológica é um dos princípios de qualquer sociedade livre, assim como o respeito a visão contrária. Para aqueles de defendem a religiosidade os ouvidos estarão voltados para o pequeno Albert que um dia desafiou seu professor, para os ateus a leitura desta carta trará mais um pouco de certeza que o seu pensamento bate com uma das mentes mais brilhantes da história humana. Existe um Albert Einstein para cada tipo de pensamento, depende de você qual prefere enxergar.   

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sabido




Se quiser ter uma vida plena, prenda-a a um objetivo, não às pessoas nem às coisas...
 
Albert Einstein