quarta-feira, 23 de julho de 2008

Vai um cigarrinho aí?


Tenho saudade dos tempos em que o politicamente incorreto ainda não incomodava ninguém. Naquele tempo as crianças comiam chocolate em forma de cigarro e 90% dos brinquedos eram relacionados à violência (quem não teve um Lango-Lango, um soldadinho que rastejava ou ainda aquela arma branca que produzia sons bizarros?). Tempos nos quais o Milkybar ainda se chamava Lolo e a moda do pirocóptero dominava o ensino fundamental.
É provado cientificamente que se, quando criança, você deliciar-se com Cigarrinhos de Chocolate sua chance de ser um fumante de cigarros de tabaco aumente muito. Concordo em partes com esse controle, mas pergunto: o que é benéfico e o que é maléfico no acesso das crianças a estes tipos de informações? E afinal quem segue à risca o manual do politicamente correto?
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Estava tudo certo:
- Controlando a televisão educaremos nossas crianças. Devemos administrar os horários e os conteúdos dos programas. Brinquedos serão censurados se comprovado que podem causar danos futuros ao psicológico dos jovens. Vamos cercá-las, assim facilitaremos nosso trabalho de educar e ainda por cima diminuiremos os custos públicos com saúde e segurança.
- Perfeito! Criemos então órgãos que controlarão estas minúcias, assim as redes televisivas e as fábricas de brinquedos terão de adequar-se sob a pena de multas pesadas por desobediência.
- Ótimo! Redija e eu assino.
Mas veio a Internet e destroçou esse plano brilhante. Como será possível controlar conteúdos agora? Ao clique de um mouse o mundo abre-se aos olhares infantis, informações infinitamente mais perigosas do que um gato correndo atrás de um rato com um martelo estão dispostas 24 horas por dia. Acredite em mim, as crianças de hoje são multimídias e farejadoras sagazes de materiais politicamente incorretos.
Sempre considerei os humanos seres movidos à desafios e obstáculos. Mostre um doce para uma criança, depois o coloque em um lugar de difícil acesso e divirta-se ao flagrá-la tentando alcançá-lo das mais geniosas formas.
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Censurando conteúdos sem critério e de forma atrapalhada não criamos crianças puras e sim pequenos fraudadores.
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A mesma lógica aqui apresentada pode ser aplicada às absurdas normas do CONAR que barram a criatividade dos premiados publicitários brasileiros.

terça-feira, 22 de julho de 2008

A Verdadeira "Verdade Inconveniente"

Al Gore, este sim é um grandissímo fanfarrão. Amigo do povo? Não. Eco-líder? Dificilmente.
O fantástico autor de "Uma Verdade Inconveniente" possuí muitos interesses além do altruísmo do seu discurso pelego. As matas, a água e o meio-ambiente. Tá bom Al, me ganhasse com as tuas imagens eleitoreiras.
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O que faz um político em franca decadência para alavancar sua popularidade? Utiliza-se do subterfúgio dos covardes: o lugar comum. Todos sabemos, desde criancinhas, que precisamos sim zelar pelo nosso planeta e a continuidade do sistema predatório causará danos enormes a qualidade de vida no futuro. O aumento da conscientização e a difusão da educação ecológica são peças-chave para evitar este cenário, mas acredite, o mundo caminha naturalmente para isso. Nosso planeta sofreu, sofre e sofrerá milhões de mudanças bruscas em sua temperatura durante as mais diverasa eras. São os chamados ciclos climáticos, fundamentais para o equilíbrio do ecossistema terrestre.
"E o Futuro? Onde ele está?" pergunta Al Gore. Combustíveis renováveis? Ou talvez quem sabe em carros movidos à oxigênio? Pimba. Pegamos o "Gorezinho".
O ex-vice presidente americano e o magnata Richard Branson da Virgin, são, além de bonissímos amigos, sócios majoritários de uma empresa que investe pesado no lobby "o mundo vai acabar amanhã, estejam preparados", a velha política do medo, também usada por Bush diga-se de passagem.
A empresa de Gore possuí muitos projetos, o maior deles envolve a construção de motores movidos a oxigênio. Bonzinho esse Al Gore não? O homem quer é tornar-se bilionário e está caminhando a passos largos para atingir este pequeno objetivo. Na verdade ele ainda não engoliu a derrota para Bush e voltar a Casa Branca agora como manda-chuva, este sim, é seu objetivo principal (apesar de ele afimar que não).
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Dinheiro é bão, mas nóis qué é "podê"!
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Enquanto isso faça sua coleta seletiva de lixo, ajude o planeta sem contribuir para a campanha Gore 2012.
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Quer ler mais historinhas sobre nosso herói? Acesse já este link e divirta-se.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Para descontrair*

Certa vez uma grande empresa do ramo automobilístico abriu uma vaga para Gerente de Operações Internacionais. Recebeu cerca de 300 currículos, mas um chamou a atenção do Gerente de Recursos Humanos de forma especial, principalmente no item pretensão salarial. O candidato, neste item, fez as seguintes exigências:

- Salário de R$ 20.000,00 semanais;
- Um apartamento de luxo (de preferência cobertura) distante no máximo 1 quilometro da sede da empresa;
- Um carro de valor aproximado de R$ 180.000,00 (com cobertura de abastecimento);
- 3 salários extras anualmente;
- 2 férias remuneradas por exercício.

Duas semanas depois o candidato foi chamado para entrevista e travou o seguinte diálogo com o Gerente:
- Recebi seu currículo e gostei muito. Por essa razão lhe farei uma contra-proposta. O que você acha de R$ 30.000,00 semanais; um apartamento de luxo vizinho ao nosso parque industrial e uma casa na praia; dois carros de R$ 200.000,00 cada, um para você e outro para a sua esposa; cinco salários extras no ano e 3 meses de férias remuneradas anuais cobertas pela nossa empresa?
Visivelmente emocionado o candidado dispara:
- Você está brincando não é?
E o gerente finaliza:
- Estou sim, mas foi você quem começou.

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* piada descaradamente clonada da Revista VIP de Junho de 2008.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Os Invisíveis

Realizam seu trabalho em silêncio e movimentam-se de forma calculada. Um passo para frente e dois para trás. Dia após dia o fracasso os consome.

Sonham com uma vida bem melhor, mas sabem que na maratona do sucesso profissional já largaram com quilômetros de desvantagem. Faltou estudo e dessa forma as barreiras demonstraram-se impenetráveis. Alguns observaram o surgimento de oportunidades, mas as viram despedir-se de forma tão rápida quanto o tempo levado para a sua incompetência para agarrá-las tornar-se visível.
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Muito pior que ser questionado é não ser notado.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Médico e o Monstro

Fiquei extremamente chateado ao tomar conhecimento sobre a denúncia de corrupção que recaiu sobre o chefe da radiologia do maior hospital público de Florianópolis, Dr. Fernando Slovinski.
Conheço pessoalmente o denunciado, por essa razão afirmo, com alguma propriedade, que esta se trata de uma história real, na qual é remontada a dualidade expressa pelos personagens Dr. Jekyll and Mr. Hyde, as famosas faces do conto "O Médico e o Monstro".
Fato ocorrido, consumado e devidamente cinegrafado; ruim para a instituição, que tentava apagar a mal imagem deixada após denúncias envolvendo a existência de ratos em sua estrutura; pior para o profissional, que agora terá de explicar-se frente a inúmeras sindicâncias já abertas envolvendo seu nome.
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Fernando é conhecido no hospital pelo perfeccionismo e pela bipolaridade de seu estado emocional. Assumiu seu atual cargo pregando a organização dos processos internos, o asseio de seus comandados e um melhor atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, atualmente (na teoria) único convênio de saúde atendido no Hospital Governador Celso Ramos.

Após alguns meses de gestão, Slovinski já comemorava alguns avanços, pois, assessorado por uma equipe competente, conseguia aos poucos atingir seus objetivos.
Nos dias em que sentia-se bem Dr. Fernando encarnava Dr. Jekyll, atencioso com colaboradores e pacientes, modelo no que diz respeito ao profissionalismo médico em instituições públicas. Nestas ocasiões era conceituado como um sujeito boa-praça, prático, bom ouvinte e comprometido com seu trabalho.
Contudo Mr. Hyde, o alter ego do médico, também comparecia ao hospital. Munido de uma dose extremada de soberba e uma falta notável de educação, Slovinski destratava à tudo e à todos, largava numa gaveta o juramento de Hipócrates e transformava o ambiente no qual estava inserido num local para não se estar, reinava ali a política do medo. Não à toa recebeu, graças a estas passagens, a alcunha de "cavalo".
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Imagens falam mais que mil palavras e para mim parece que a defesa do profissional médico irá penar para absolvê-lo das acusações impostas. Três mil e quatrocentos Reais (deveriam ser três mil e quinhentos como Slovinski repete inúmeras vezes na gravação), esse foi o preço pago pela execução de um exame que deveria ser gratuito e coberto pelo sistema de saúde mais premiado no mundo. O que os planejadores do SUS não imaginavam é que a universalidade, integralidade e a eqüidade preconizadas pelo seu premiado sistema, abririam tantas brechas para fatos como o ocorrido no Celso Ramos.
Que fique bem claro, Slovinski não foi, não é e nem será o único profissional médico a cobrar procedimentos particulares dentro de um hospital 100% SUS, talvez tenha sido apenas o ingênuo da vez.
Aguardamos agora os próximos capítulos desta novela, as punições, se existirem, desenharão o futuro do atendimento público de saúde em nosso Estado e de forma mais pontual no Hospital Governador Celso Ramos.
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A mesa está pronta, esperamos que o prato da vez não seja (novamente) pizza...