domingo, 28 de março de 2010

Deixe a gaiola aberta

Lembro da primeira vez que ouvi essa expressão, conversava com um grande amigo sobre relacionamentos. Naquela época erámos dois adolescentes discutindo sobre vida amorosa. Incrivelmente este pensamento me parece, cada vez mais, a forma mais madura de se relacionar com alguém, principalmente nos dias atuais.
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Falávamos sobre a pressão que uma ou outra menina faziam sobre algum de nós, como a falta de liberdade acabava criando um monstrinho que na primeira oportunidade iria aprontar bastante. Logicamente cada indivíduo tem a sua própria característica de conduta de vida e blá, blá, blá, mas que a grande maioria dos seres humanos ao serem cerceados de sua liberdade se tornam bombas relógio para confusões não tenho dúvida. Nossas experiências de vida imatura comprovavam essa tese, a Teoria da Gaiola Aberta.
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A Teoria da Gaiola Aberta é bem simples, infantil até. Ela faz uma analogia com passáros de estimação que vivem engaiolados, se o passáro se sente bem onde está, seguro, bem alimentado, criando laços com seu ambiente e com o seu "dono", não terá motivos para fugir, portanto a porta da gaiola será desnecessária. Agora, se há algo errado e a única barreira entre o pássaro e o mundo fora da gaiola é a porta, na primeira oportunidade ele sairá, podendo voltar talvez, mas experimentará o mundo lá fora antes disso. Como sabe que oportunidades como essa serão raras, deixará seu senso crítico de lado e aproveitará como se aqueles fossem seus últimos minutos na terra. Muitas vezes as consequências desses atos serão irremediáveis.
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Tento adotar a Teoria da Gaiola Aberta na minha vida pessoal, sugiro o mesmo para amigos e pessoas próximas. Todo e qualquer relacionamento é diferente entre si, ao adotar esta estratégia poderão ocorrer alguns revezes sim, mas acredito que o desapontamento pela fuga do passáro será muito maior se a porta da sua gaiola ficar fechada na maioria do tempo. O sentimento de incompetência e perda serão sensivelmente menores.
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Ninguém é de ninguém, a época da escravidão acabou faz tempo, são novos tempo e outra realidade. As pessoas decidem ficar juntas porque querem, devem continuar unidas se assim escolherem e se separarão de acordo com suas próprias visões de mundo. Nenhuma porta será barreira, o melhor controle é invisível. Portanto gaste mais tempo tentando tornar a vida comum a mais agradável possível e menos tempo tentando bolar formas de controle.
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Mantenha a sua gaiola aberta, mas não esqueça que existe uma vida lá dentro.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Lá e Cá

E ainda tem gente que reclama do SUS.
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Após inúmeras discussões, concessões e remendos foi aprovado o projeto de lei que colocará (gradualmente) o SUS genérico americano em prática. Vitória para o Obama e derrota para os planos de saúde americanos que pagarão boa parte desta pesada conta.
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Diferentemente do SUS, o plano de saúde americano bancado pelo presidente democrata conta com apoio quase integral da iniciativa privada, na bem da verdade ele regula a forma como os serviços de convênios médicos irão atuar naquele país, as regras do jogo agora estão nas mãos dos clientes que poderão inclusive processar planos que não aceitem suas adesões por históricos de doenças crônicas.
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O governo entra com o subsídio, aí sempre morou o problema e também aí está contida a grande vitória de Obama, a socialização dos custos com a saúde pública. Americano que é americano não paga pela saúde dos outros, se possível contribui com a morte do próximo visando diminuir a competição. Brincadeiras à parte o individualismo da maior potência mundial foi abalado e as consequências dessa mudança somente serão sentidas nas próximas décadas, quando o plano aprovado ontem estará funcionando à pleno vapor.
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O SUS brasileiro completa 22 anos em 2010, continua (com todas as suas mazelas) sendo considerado um dos melhores e mais completos planos de saúde pública do mundo, orgulho para seus cidadãos que tem a sua disposição a maior das liberdades: a de escolha.

terça-feira, 16 de março de 2010

Injusto? O Rio que se dane

Chora Cabral, Chora!
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É isso que este mal-caráter governador carioca mais faz. Já mamaste demais nas gordas tetas do tesouro nacional companheiro, agora nem o presidente com-a-cara-do-povo te salvará dessa.
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Panamericano, Copa, Olimpíadas, chega! O Rio de Janeiro tem que aprender a andar com as próprias pernas. Levantemos uma estátua ao deputado Ibsen Pinheiro que teve a coragem de desfraldar a bandeira da justiça na distribuição da fortuna petrolífera. Afinal de contas a Petrobrás não é mantida por financiamento federal e os poços não estão em área pertencente a União? Porque cariocas e capixabas comem uma fatia mais significativa do bolo? Injusta é a quantidade de órgãos federais que ainda atuam no Rio mantendo salários de marajás que parecem não querer acreditar que a capital federal agora é Brasília.
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Além de possuirem a maioria dos empregados na Petrobrás, nossos queridos compatriotas querem manter o ganho anual de royalties que hoje, para o Rio de Janeiro, chega perto da faixa dos 8 bilhões de reais. Nessas horas eu dou mais valor ainda para a democracia. Qual senador ou deputado em sã consciência votará contra os interesses de seu Estado e se sensibilizará com o Movimento contra a Covardia liderado pelo governador carioca? Essa parada está definida.
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Os "Estados Produtores" (uma grandecíssima falácia) terão que se acostumar a viver sem os royalties, trocando salmão por sardinha e caviar por patê.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sexo Frágil?


Mãe, vó, esposa, namorada, irmã e amiga. Este é o dia delas, o sexo frágil é o masculino.
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Nunca entendi essa história de sexo frágil, quem ainda duvida que elas mandam no mundo? O único clichê que corroboro é: "por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher". Mas mulher que sabe seu valor não se envaidece apenas no dia 8 de Março, é mais ou menos a mesma coisa que comemorar o Dia da Consciência Negra, uma data "esmola". Mulher que tem fibra aceita sim flores no dia 8, mas sabe demonstrar seu valor nos demais 364 (ou 365) dias do ano.
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Aliás digo e repito: existem mulheres muito mais machistas que qualquer homem. Triste não? Mães que julgam atitudes das filhas e tem orgulho da virilidade dos filhos, namoradas que aceitam concessões em relacionamentos, enfim, nesse mundo machista toda mulher sabe que saí em desvantagem desde o início. Existem as acomodadas, dessas tenho pena, viver a vida única e exclusivamente a sombra de seus maridos parece-me o cúmulo da falta de auto-estima e ambição. O respeito é uma via de duas mãos e todo homem, não recalcado, gosta de ter ao seu lado uma mulher vencedora, alguém que ele terá orgulho de ver seus filhos chamarem de mãe.
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TPM? Parto? Nem pensar, mulheres sofrem demais. Ao mesmo essas "bombas sensitivas" (o sexto sentido materno não me deixa mentir) são as responsáveis por boa parte das mais importantes decisões tomadas até hoje na história da humanidade, quando não as emitiram usaram 'laranjas' para fazê-lo.
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O poder de influência dessas 'frágeis' criaturas é mesmo impressionante.