segunda-feira, 30 de julho de 2012

Saúde?


 “Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente.”
Jiddu Krishnamurt

Conveniente

Descobri o som do Kings of Convenience há pouquíssimo tempo, apesar de já conhecer a música Misread sem ter ciência da autoria. É um estilo musical tranquilo, com composição sonora despretensiosa,violões e voz sem bateria. Simples, mas sofisticado. Compartilho a canção que não tem saído facilmente da minha cabeça. Kings of Convenience com Boat Behind.

O peso da caneta


Este texto não falará sobre normativas do Inmetro, nem tampouco fará menção a marcas famosas desse material de escritório. O peso da caneta, neste caso, está ligado ao poder e como ele pode ser atuante ou anulativo dependendo da mão que a dirige. São despachos, contra-despachos e a capacidade de eleger quem carregará a caneta que irá representá-lo.
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Quando pequenos o poder da caneta começa a ser percebido em brincadeiras infantis, quem a tem em mãos pode desenhar tudo que quiser em um papel em branco, o que define quem fica com a caneta na mão nessa época já é o poder, mas nesse caso o poder físico. O menino maior ou a menina mais astuta dominam o grupo, brincam a hora que querem com o brinquedo que desejam.
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Na vida adulta, guardadas suas devidas proporções, a caneta e seu poder voltam a aparecer, mas desta vez o poderio físico talvez não influencia tanto, pesam mais o poder financeiro, o conhecimento técnico e a influência política. Não é raro que em ocasiões onde ocorre promoção pública de um indivíduo ele seja agraciado com uma caneta, trata-se de uma demonstração que a partir daquele momento sua caneta começa a ter um peso maior, que a sua caneta começará a influenciar a vida de mais pessoas e que a sua caneta poderá anular outras canetas.
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Vamos a um exemplo prático, talvez mais perceptível na iniciativa pública que na privada, mas ainda assim comum a ambas. Um encarregado de almoxarifado ao perceber que um certo produto está para findar, quase que automaticamente aciona seu sistema, realiza a inserção de um pedido de compra, imprime e assina as duas vias. Arquiva sua via para arquivo e repassa o pedido ao chefe da seção. O chefe analisa e assina em baixo, este documento já tem peso 2. Ao ser encaminhado para o gerente o documento breca um pouco de velocidade, ele liga, questiona, ouve os argumento e depois assina também. Com peso 3 o documento segue para o diretor, ele então aciona o financeiro que apresenta prós e contras (talvez mais contras que prós) neste momento o diretor, com um peso na caneta maior que seus antecessores, apenas assinala "indeferido" e acaba por ali com o processo. Ao receber a notificação de volta ao setor de origem o encarregado apenas resmunga: 'quem pode manda, obedece quem tem juízo'. Deposita o documento na gaveta e abre a caixa do material similar, sabe que a partir dali este será, mesmo que sem a sua concordância, o material titular.
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A caneta pode ter seu peso compartilhado, como em abaixo-assinados, ganhando peso no volume e sendo capaz de superar canetas poderosas. Canetas podem fazer estragos muito maiores que armas, que drogas ou os dois itens somados, na verdade as canetas podem resolver os grandes problemas do mundo se atuarem de forma integrada, com pensamento conjuto, livre de preconceitos e orgulhos. Por essa razão nas próximas eleições utilize o seu poder de forma consciente, através do voto você dará poder a caneta que irá atuar em conjunto ou anular outras canetas por você.

sexta-feira, 27 de julho de 2012


"Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar."
Nelson Rodrigues

Rainhas da Idade da Pedra

Dois violões, um baixo e voz. Nada mais. As "rainhas da idade da pedra" com a psicodélica "No one know".

Carentes, mas não humildes

Predicados diferentes, talvez normalmente relacionados, mas muito longe de serem sinônimos.
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Já conheci, convivi com e me relacionei com pessoas reconhecidamente carentes. Por definição conceitual aquele que tem carência, necessitado. Me refiro aqui aqueles com carência financeira, cujos ganhos mensais dificilmente cumprem o papel de atender as necessidades minímas de um ser humano digno (moradia, saúde, alimentação, lazer, etc...). Carentes ou pobres são aqueles que por falta de oportunidades na vida ou por incapacidade de almejar vôos profissionais mais ousados, acabam servindo a comunidade de forma marginal, em préstimos de baixa especialidade. Todos os cidadãos que se encontram nessa faixa são carentes, mas será que também são humildes?
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Não. Aliás muitas pessoas carentes não tem uma gota de humildade em seu balde servido de soberba. Incrível não? Mas sim, ocorre a sua volta diariamente e o faz pensar por alguns momentos que todos merecem o destino que tem pela personalidade que imprimem através de seus atos. Reconheço em apenas algumas palavras proferidas um carente, não humilde. Este tipo, não tão raro assim de ser humano, sempre tenta colocar a culpa pela sua desgraça em terceiros, quando pode utiliza da sua situação para justificar atos que a justiça dificilmente aprovaria e tem como maior desejo de consumo uma sorte grande para, sem o esforço necessário, obter conforto e finalmente alcançar o patamar social que sempre gargalhou mas que nunca foi capaz, por suas próprias forças, de obter.
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O contrário também pode acontecer. Milionários, humildes e, ainda por cima, beneficentes. Não só dividem o seu sucesso com terceiros,  mas se utilizam da sua situação para criar formas de transformar a sociedade que lhes rodeiam mais felizes e, dificilmente, acreditam que uma jogada de sorte lhes trarão felicidade plena. Eles acreditam em esforço, em foco e por essa razão sabem que suas vidas somente serão planamente felizes se os seres humanos a sua volta também puderem atingir seus patamares de condição humana. Raros? Com certeza. Inexistentes? Não. 
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Admiro pessoas humildes, tenham elas os bolsos cheios ou vazios de dinheiro. Minha admiração está ligada a atitudes e nunca será encontrada à venda.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Persisitindo


A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.

Confúcio

O verdadeiro funk

Faltou mais um


Fonte: wwe.kibeloco.com.br
Já gostava do Pedro Cardoso pelos personagens que interpreta e também pela forma discreta com que leva a sua vida longe dos holofotes, depois da declaração acima, realizada durante um desabafo num debate ocorrido no programa "Na Moral" comandado por Pedro Bial, passei a considerá-lo ainda mais também pela coragem de atacar sua própria empregadora. Porém o ator esqueceu de mencionar que além do capitalista que banca a indústria dos paparazzi, outro integrante da discussão foi "esquecido": um representante do povo. Sim o povo que compra este tipo de produto, o povo que indiretamente constrói a pauta dos programas sensacionalistas no horário do almoço e o desfile de bundas nos almoços de domingo.  
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Colocar a culpa nos meios de comunicação pela supervalorização de notícias banais é muito fácil, seria a mesma coisa culpar o McDonald´s por vender hamburgueres que tornam uma parcela cada vez maior de crianças obesas pelo mundo afora, isso não é justo. O povo consume isso porque quer assim como cada país tem o governante que merece, pois na média somos imbecis e ignorantes. Com investimento crescente em educação teremos um povo mais seletivo, crítico e, com certeza, participativo. Talvez assim as mídias de massa passem a repensar seu produto e em escala teremos meios de comunicação que contribuam para a educação do povo e não insultem sua inteligência como ocorre hoje em dia.
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Isso é um processo lento, talvez ainda veremos décadas se passarem para chegarmos lá. Portanto ao invés de culpar as redes de televisão pelas pautas sensacionalistas e pelo conteúdo de baixa qualidade que transmitem, seja mais esperto e comece a revolução por si próprio: desligue a televisão.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

90's

Que rufem os tambores


O tambor faz muito barulho mas é vazio por dentro.
Barão de Itararé

Burrocracia


O termo burocracia é oriundo da junção do termo francês bureau e do termo grego krátos, o primeiro ligado as escrivaninhas típicas das repartições públicas e o segundo significando poder, ou seja, por burocracia entende-se o poder das escrivaninhas. Isto posto entende-se porque o termo é usualmente utilizado de forma negativa, referindo-se quase que imediatamente a demora, papéis, obstáculos, etc...
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Verdade seja dita as repartições públicas, lotadas de servidores públicos amparados por uma estabilidade (sobre a qual já escrevi há algum tempo) e carentes de capacitação contínua, são o templo maior e símbolo deste tipo de organização de poder. O papelório e o carimbório imperam e muitas vezes sem sentido algum, novas escrivaninhas que são incluidas ao processo visando maior "controle e supervisão" apenas atrasam as resoluções e criam nichos de corrupção.
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Entretanto a burocracia também existe na administração privada, seja para a abertura de novos empreendimentos ou ainda também justificada pelo crescimento da coorporação, o dono tem que estar ciente de tudo. Alguns levam a ferro e fogo o ditado popular que dizia que "o boi só engorda sob o olhar do dono", por isso burocratizam suas empresas e acabam por matá-la em tempos nos quais a rapidez de resposta aos consumidores pode ser entendido como um dos principais fatores de vantagem competitiva.
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Não prego aqui a anarquia institucional, prefiro pensar em fluxos compreensíveis para todos os seus colaboradores, alternância de poder, intercâmbio de setores e prêmios por propostas desburocratizantes como formas de colaborar com a democratização da informação organizacional, ganho de eficiência e, por consequência, melhores resultados financeiros. Far-se-á mais, com menos.
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Enquanto gestores criarem mais barreiras para mascarar sua deficiência de fiscalização, liderança e coragem, tanto na administração pública como na privada continuaremos nos assombrando com o fantasma da má burocracia, a burrocracia.