quinta-feira, 28 de junho de 2012

Vamos virar o jogo

Se vencemos, a vitória é de todos, se fracassamos, apenas nós somos culpados. A vida pública é assim, por mais cruel que isso possa parecer, no julgamento popular você é menos humano, não pode errar e, caso o faça, será sumariamente condenado. Você pode e não fez, teve a chance e não aproveitou. Não há tempo para planejar, o resultado é agora, o imediatismo, parte da cultura brasileira, impede que criemos projetos duradouros e baseados em um pensamento mais profundo que o costumaz "farinha pouca, meu pirão primeiro...".
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Está difícil, as forças contrárias e as emoções negativas estão se proliferando. Precisando encontrar culpados, não se analisa histórico, se quer justiça, mesmo que meio enviesada. Talvez somos as pessoas erradas no local certo, talvez vice-versa. Não há como negar a enorme influência dos que detem a voz de grande amplitude, já disse e repito: o quarto poder não é eleito, mas que nos governar. Talvez a população queira assim, quem sabe é mais cômodo deixar que outros pensem por nós, "para que triturar dados se posso ter a informação mastigada?".
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O mais fácil seria abandonar, sair sem olhar para trás e se iludir pensando que não merecem nosso empenho e o nosso trabalho. Talvez, mas o mais fácil nunca nos motivou, vamos em frente, mais fortes e prontos para virar o jogo.    

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Valor Lincolniano


"O homem que trabalha somente pelo que recebe, não merece ser pago pelo que faz."
Abraham Lincoln

Ela se move do seu jeito...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Da Série: "Manchetes Históricas": Vacinação

Rio de Janeiro, Brasil, 1904


"Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado, lampiões quebrados às pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatório proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz" (Gazeta de Notícias, 14 de novembro de 1904).
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Santa Catarina, Brasil, 2012

"Quem passou pelo centro de Blumenau, em Santa Catarina, na manhã desta quinta-feira, pôde perceber uma diferença em alguns monumentos da cidade: máscaras descartáveis e cartazes com a inscrição '#VacinaParaTodos' foram colocados em oito estátuas. O objetivo do ato é chamar a atenção das autoridades para que a cidade receba novos lotes da vacina contra o vírus da gripe Influenza A (H1N1)." (Site Terra, 14 de Junho de 2012).
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Noventa e oito anos depois muito mudou na percepção da população em relação aos cuidados com a saúde. O que em 1904 se tratava de um atentado aos direitos constituidos do cidadão, um "estupro", motivo da Revolta da Vacina que gerou um enorme caos na ruas bucólicas da então capital federal, hoje é entendido como uma falta de atenção das autoridades. A população clama por vacinas, como se a injeção, e tão somente, resolvesse o problema.
É inegável que as estruturas sanitárias em boa parte do país melhoraram bastante, e mesmo que ainda longe do ideal, proporcionam a população uma exposição bem menor as doenças que eram facilmente percebidas na primeira década do século passado.
Entende-se também que neste período a população passou a compreender um pouco melhor o conceito de prevenção, muito mais ligado a atitudes que a tratamentos medicamentosos de qualquer sorte. Na verdade as políticas de prevenção para grandes populações focam estas duas ações em conjunto, pois sem higiene e atitudes preventivas individuais a população dificilmente ficará imune mesmo com alta distribuição de vacinas.
As revoltas percebidas em relação a este assunto são atemporais, a transformação foi certamente benéfica, mas ainda estamos longe de possuir uma população com formação miníma em prevenção em saúde.    
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Na dúvida consulte o especialista:

Constelações


"Constellations"
The light was leaving
In the west it was blue
The children's laughter sang
And skipping just like the stones they threw
Their voices echoed across the way
It's getting late

It was just another night
With a sunset
And a moonrise not so far behind
To give us just enough light
To lay down underneath the stars
Listen to papa's translations
Of the stories across the sky
We drew our own constellations

The west winds often last too long
The wind may calm down
Nothing ever feels the same
Sheltered under the Kamani tree
Waiting for the passing rain
Clouds keep moving to uncover the scene
Stars above us chasing the day away
To find the stories that we sometimes need
Listen close enough
All else fades, fades away

It was just another night
With a sunset
And a moonrise not so far behind
To give us just enough light
To lay down underneath the stars
Listen to all the translations
Of the stories across the sky
We drew our own constellations

Cega...e surda!

"Quando é que vão ensinar a justiça a ler em braile?"
Eno Teodoro Wanke

terça-feira, 12 de junho de 2012

Hospital Florianópolis



"E a Vida Segue
Até quando o Hospital Florianópolis continuará em obras? Já se passaram quatro anos e várias datas de reinauguração foram transferidas. "
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Resposta encaminhada para o colunista do Notícias do Dia, Paulo Alceu, após a publicação nesta terça-feira, 12/06/2012, da nota acima:

Caro Paulo Alceu,

Como atual Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado da Saúde e encarregado em articular as ações necessárias para a conclusão das obras de reforma do Hospital Florianópolis, em resposta a inquietação publicada na sua coluna nesta terça-feira, sinto-me no dever de trazer algumas informações que julgo importantes para vossa ciência, e de seus leitores, acerca do histórico e do atual panorama de andamento desta importante obra.

Primeiramente é necessário informar que as obras neste hospital iniciaram em 2009 com objetivo de reforma, inicialmente, apenas da Emergência Geral e do Serviço de Nutrição de Dietética do hospital. Tais empreitadas visavam adequação destas duas importantes áreas as normas vigentes da ANVISA e também modernização de layout e tecnologia. Ambas foram finalizadas no ano de 2010 e atualmente estão inativas aguardando a finalização da segunda etapa das obras daquele hospital.

A segunda etapa das obras, planejada para execução com a primeira etapa em andamento, que teve início em 2010, consiste na reforma completa do segundo e terceiros andares da instituição, pavimentos que abrigam as alas de internação (incluindo UTI), centro cirúrgico e centro de material esterilizado do hospital. Também inclusa nesta segunda etapa está a construção de um pavimento técnico – quarto andar - e ampliação da capacidade da Central de Utilidades (gases, vácuo, oxigênio, etc...) preparando o hospital para uma possível ampliação futura com ganho de leitos e oferta de novos serviços. Esta etapa necessitou de diversas alterações nos projetos de execução (hidráulica, elétrica, climatização e ANVISA), muito devido a precariedade encontrada nestes itens naquela estrutura já bastante desgastada pelo tempo e pela falta de manutenção periódica. Atualmente, com todos os projetos aprovados nos órgãos cabíveis, estamos trabalhando com previsão de entrega para o último trimestre do presente exercício e os esforços estão concentrados nos acabamentos do segundo andar, preparação para instalação de equipamentos no terceiro andar e finalização da colocação de pastilhas na fachada do hospital.

Destaco como os maiores ganhos desta obra, além da modernização dos ambientes, equipamentos, layouts e adequação total as normas da ANVISA, os cinco leitos de UTI a mais à disposição da população e também a instalação do sistema de estativas (braços robotizados de apoio aos procedimentos médicos) na UTI, centro cirúrgico e recuperação pós-anestésica, sendo o Hospital Florianópolis o primeiro da rede hospitalar estadual a contar com esta tecnologia.

Alguns fatores foram decisivos para o alargamento dos prazos de conclusão estimados até agora, destaco, com muita propriedade por acompanhar pessoalmente os processos que cercam essa empreitada, a enorme burocracia que enfrentamos para a conclusão de uma obra deste quilate. É chover no molhado reforçar que uma obra hospitalar é muito mais complexa que a construção de edifício residencial, um shopping ou uma ponte, pois envolve uma gama de instalações somente percebidas nestas estruturas. Além disso, e especificamente no caso do Florianópolis, foi necessário adequar um hospital da década de 50 ao atual padrão de estrutura física recomendada pela ANVISA, um desafio e tanto. As dificuldades já elencadas recebem reforço a partir dos obstáculos legais já conhecidos, como processos licitatórios impugnados ou seguidos de recursos, por exemplo, que atrasam a aquisição de equipamentos gerando, por consequência, o impedimento da abertura de novas frentes de trabalho que necessitam da instalação destes para sua continuidade.

Visando dar transparência ao andamento das obras, o Secretário Dalmo de Oliveira, instituiu uma comissão formada por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde e membros da comunidade do Estreito que mensalmente visitam as obras do hospital. Nestas visitas são repassadas as informações necessárias para que estes representantes possam, tendo ciência sobre tudo que envolve uma obra hospitalar, acompanhar de forma integral os trabalhos e entender o porquê da velocidade impressa na conclusão desta reforma hospitalar.

O que sempre reforçamos é o pedido de paciência por parte da população, pois a perfeita conclusão da obra aqui discutida é vital para o bom funcionamento dos serviços e para a melhoria da qualidade da atenção à saúde da população que acessa aquela unidade hospitalar. Trata-se de uma grande responsabilidade entregar um aparelho tão importante para nossos pacientes, portanto nos preocupam sim os prazos extrapolados, mas nos preocupa muito mais disponibilizar um hospital funcional, moderno e preparado para os usuários do Sistema Único de Saúde.

Espero ter ajudado e me coloco à disposição para maiores esclarecimentos.

Att.,
Fernando Wisintainer Luz
Chefe de Gabinete
Secretaria de Estado da Saúde

Milagres

"Acredite em milagres, mas não dependa deles"
Emanuel Kant

terça-feira, 5 de junho de 2012

Take me out - Franz Ferdinand

Quem planta...


"A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram."
Adam Smith

Saca e ressaca


Esta semana li que o termo "ressaca" tem origem na língua espanhola, expressando os movimentos de fluxo e refluxo do mar quando em períodos de fúria. Saca e depois ressaca, no vaivém ininterrupto. A ressaca moral, ou alcoólica veio depois, num sentido figurado de pagar o preço por "surfar" ondas perigosas.
Torna-se claro ao meu olhar que o movimento das ondas, num equilíbrio de sacas e ressacas, mantém a interessante sintonia que dá vida aos oceanos e nutre o planeta de energias potencial e cinética numa troca indispensável para a harmonia energética neste planetinha azul perdido no universo chamado, ironicamente, de Terra.
Em nossa vida pessoal, numa analogia na qual manter-se contido represente a saca e ousar-se em novas e, talvez perigosas, aventuras possa representar a ressaca, percebe-se também a necessidade deste equilíbrio para uma vida vivida de forma plena.
Talvez alguns prefiram lagoas, lagos ou rios. Eu, particularmente, prefiro a praia, inclusive nos dias nas quais as sacas e as ressacas são percebidas de forma mais contundente. O vaivém incessante me passa uma sensação de sobrevivência, reinvenção e persistência.
Talvez quando a experiência for uma das minhas virtudes mais notáveis, tenha mais a falar que ouvir, pense mais no passado que no presente e no futuro, prefira não aventurar-me desta forma, mas até lá continuarei fascinado pelo movimento do mar.