O profissional médico atualmente necessita estar em constante atualização e especialização para diferenciar-se dos demais. Além do avanço da Genética, decorrente do Projeto Genoma, um perigoso concorrente vem tornando o seu trabalho cotidiano um pouco mais desafiador: o Dr. Google.
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Antigamente ao entrar num consultório o paciente sentia-se como um índio indo visitar o curandeiro da tribo: - O que me disser eu acredito, o que me mandar fazer eu faço. Isso acabou, para o bem de pacientes e dos bons profissionais médicos.
Hoje ao menor sinal sintomático o potencial paciente já acessa o Google e de lá extraí uma espécie de pré-diagnóstico, chega então ao consultório não tão inocente assim, às vezes (digo isso pela vivência prática) surpreende (e por muitas vezes corrige) o profissional que o assiste: - Peraí Doutor, não acho que eu necessite deste remédio, sei que de acordo com a minha doença os tratamentos mais indicados indicam a medicação X ou Y, não Z. Ou ainda: - Não farei esta cirurgia e nem utilizarei esta prótese, meu problema na coluna pode ser resolvido através de hidroterapia contínua.
...Não estou aqui dizendo que o profissional médico está tornando-se inútil ou que o Google seja uma fonte 100% confiável. Não sou louco. O que afirmo aqui, sem pestanejar, é que esta ferramenta de acesso às informações lança ramificações por todas as áreas, inclusive a Medicina, e assim exige uma maior preparação e constante atualização de todos os profissionais. A caixa-preta foi aberta e a popularização do saber é um caminho sem volta com viés de crescimento exponencial.
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A Medicina é uma profissão como as outras, existem profissionais bons e ruins a exercendo, por esta razão saber distinguir o joio do trigo por si próprio pode ser considerada uma conquista fenomenal.
Confie no seu médico predileto, mas por via das dúvidas consulte com o Dr. Google primeiro.