Ahhh a confiança. Tão difícil de ser conquistada, tão fácil de ser perdida.
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Alguns irão ler e pensar: "olha só esse hipócrita escrevendo sobre confiança". Para os que pensaram isso eu digo: vocês tem razão. Seria sim eu um hipócrita de marca maior escrevendo que nunca desperdicei a chance de manter os laços de confiança com alguém, para falar a verdade às vezes nem eu confio em mim mesmo, já menti, trai, omiti e não fui responsável por diversas vezes. Nào vou dar sermões aqui, nunca pude, não posso e, provavelmente, não poderei jamais.
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A verdade é que por mais que tentamos seguir uma linha na nossa vida não podemos ser sempre a mesma pessoa, aquele que acha que não convive com um ou mais alteregos é um idiota. Muitas vezes a bebida, as drogas ou o ambiente despertam essa personalidade escondida, fica difícil então saber quem é o original: o sóbrio (contido, socialmente responsável, exemplo, etc...) ou o influenciado (seguro de si, maquiavélico, trapaceiro, vingativo, etc...). Com 26 anos hoje tenho quase certeza que o grande sentido da vida é a melhoria contínua, o indivíduo em permanente transformação, tentando sempre ser alguém melhor. Talvez por essa razão muitas vezes nós, ainda "seres humanos inacabados", achamos tão chato os sermões dos mais velhos, ninguém gosta de saber o final do filme antes do desenrolar da história.
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Alguns desconfiam até que se prove o contrário, outros adotam a estratégia inversa. Sou membro da segunda turma, mas quando perco a confiança dificilmente volto a entregá-la a aqueles que a desperdiçaram. Como vivemos em eterna ironia admito que depois que perco a confiança de alguém fico tentado a conquistá-la novamente, uma espécie de obsessão que objetiva entender como um ser humano pode ser tão misericordioso, perdoar é realmente um ato incrível, de um ser humano, com certeza, elevado. Quem sabe um dia chego lá...
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Quando provamos do nosso próprio remédio o gosto é amargo demais, parece que você perde a confiança em si próprio, enxerga com os olhos do outro, se vê rompendo laços de confiança, percebe o ser humano em sua mais baixa estirpe: a dos desacreditados.
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Nunca é tarde para ver, como nunca é cedo demais para mudar.