segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Link para Matéria do Estúdio Santa Catarina 23/08/2009

http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?channel=46&contentID=73399&uf=2

Link para a matéria citada no post anterior.

Boas risadas para vocês!

domingo, 23 de agosto de 2009

A Máfia do Cartão-Ponto


Quem exerce funções públicas sabe que há algum tempo o controle sobre o tempo de permanência do servidor em seu ambiente de trabalho tem sido administrado com maior rigor, o Estado de Santa Catarina, por exemplo, adotou a política do cartão-ponto. Para isso desenvolveu crachás magnéticos individuais que substituiram as antigas "batidas de cartão", buscando assim mais agilidade na conferência destes dados e também dificultar fraudes quando da entrada e da saída destes servidores das suas funções e deveres em relação a grade de horários individual.
O sistema pareceu ser bastante adequado e demonstrava ser eficaz para controlar o que todo servidor sabe ou deveria saber: quando assino minha contratação, assumo deveres e adquiro direitos perante meu contratado.
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Vivemos num país no qual a Constituição Federal nos impugna direitos e deveres, mas alguns entre nós possuem mais direitos que outros. Nossa justiça falha muito e este constância de erros reflete na sociedade como um todo. São o clientelismo, fisiologismo, apadrinhamento e coorporativismo nossos de cada dia.
Não é surpresa alguma para mim o que vai ser mostrado na matéria do dia 23 de Agosto de 2009 no programa Estúdio Santa Catarina da rede de televisão local RBS. Existem inúmeros profissionais que desrespeitam seus direitos com o Estado automatizando sua entrada e depois ausentando-se do seu ambiente de trabalho para no fim do expediente retornar a executar essa prática desrespeitosa, corrupta e em desacordo com o perfil esperado para um servidor público digno.
A maioria é sim de profissionais médicos, como a matéria irá mostrar, mas enfermeiros, técnicos e outros membros das instituições de saúde também executam essa artimanha. A diferença? Quando não há abono da chefia imediata o servidor perde direito ao salário. Difícil acreditar que isso possa ocorrer quando a última instância de um hospital é exercida por um profissional médico, sabidamente ligado ao coorporativismo exacerbado desta classe profissional.

Alguns diretores de hospitais públicos, os quais deveriam dar o primeiro exemplo, também não cumprem a jornada mínima estipulada em contrato, como acreditar então que esta gestão fará a lei ser exercida dentro destas instituições?
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Existem casos de troca de cartões-ponto e outros em que um profissional fica responsável por automatizar os cartões de todos os membros da "gangue". Realmente uma lástima.

De quem é a culpa?
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O contrato dos servidores médicos com a SES (Secretaria de Estado da Saúde) é esdrúxulo. Paga-se pouco para muitos, estes não criam identidade com a instituição, não aparecem para trabalhar e no fim das contas ainda diz-se que faltam médicos. Mentira! Estudos realizados em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) amparam o que digo: se todos os profissionais médicos contratados hoje pela SES cumprissem suas horas de trabalho regularmente, faltaria estrutura física para que estes pudessem realizar seus procedimentos. Uma clara falta de planejamento.

Quem não reclama é o CREMESC (Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina) que não quer perder essa "boquinha" para os recém-egressos dos já saturantes cursos de medicina distribuídos pelo Estado e faz vista grossa para qualquer sindicância realizada sobre as falhas de alguns de seus apadrinhados.
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A saída é clara ao meu ver e está baseada em duas premissas principais. Não será barata, mas com certeza será duradoura e trará resultados a curto e médio prazos:

1)Alteração dos contratos com profissionais de saúde, exigindo exclusividade e cumprimento (sob pena de real exoneração) dos horários legalmente definidos;
Professores criam carreiras brilhantes dentro das Universidades que exigem exclusividade em seus contratos, pagando-se bem pode-se realmente exigir que um profissional atue pensando na instituição como um selo de qualidade para sua carreira e crie identidade com ela. Profissionais oportunistas entram no serviço público unicamente visando a polpuda aposentadoria integral que não terão na iniciativa privada, assim dividem-se entre vários empregos, o que com certeza diminui e muito a qualidade de seus atendimentos.

2)Criação de um Plano de Demissão Incentivada para "limpar" os hospitais destes vorazes sanguessugas:
Existem informações sobre as produções históricas de cada profissional dentro de uma instituição pública de saúde, seria fácil demais descobrir quem honra e quem não honra o salário no fim do mês. A partir daí seriam enviados "convites" para que estes não mais façam parte do corpo funcional, a contra-partida teria de ser convincente, portanto os gastos nesta etapa seriam altos a curto e médio prazo, mas com certeza trariam economia em escala a longo prazo.
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Assitam a matéria hoje à noite e tirem suas próprias conclusões, uma coisa é certa: como está não pode mais ficar!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O melhor negócio


Meu pai sempre me dizia que o melhor negócio era fundar uma Igreja. Isenções de impostos e responsabilidades eram os dois maiores trunfos citados por ele:
- Quando vierem reclamar do serviço é só dizer que o "cara lá de cima" anda muito ocupado, mas que cedo ou tarde, ele irá ouvir vossa prece!
Parece-me que o Edir Macedo sacou essa lógica a muito mais tempo...
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Uma igreja, seja qual vertente seguir, deve sim pagar impostos. Não é concebível de forma alguma a transferência de quantias monetárias para qualquer ente sem o devido controle, do contrário utilizamos a política de tapar o sol com a peneira com a sonegação também. Desculpem-me pelo ceticismo, mas já aconteceram coisas demais entre o céu e a terra para continuarmos a acreditar nos "representantes de Deus na Terra".
O erro da Universal não está em cobrar por seus serviços, mas sim em mascará-lo sob a responsabilidade do Senhor, porque não vender "serviços coletivos de terapia espiritual"? Com certeza logo criariam o SAC da Igreja do Edir:
- Alô.
-Alô, é do serviço de atendimento ao cliente da Universal?
- É sim, em que posso ajudá-lo?
- Bem, comprei a Fogueira do Sucesso Profissional e até agora não arrumei um emprego.
- O senhor checou a voltagem? Existem algumas regiões onde o alcance dela torna-se baixo pela ausência de torres de comunicação nas proximidades.
- Hmmm... Pode ser, tenho dificuldades para assistir a novela também..
- Em qual canal?
- Aquelas dos indianos da Globo.
- O senhor já tentou o sinal da Record nos mesmo horário?
- Não.
- Temos ouvido relatos semelhantes ao do senhor quase todos os dias e após a sugestão da troca de canal até a Fogueira voltou a funcionar.
- Ah é?
- É sim, a próposito, o senhor já assistiu ao Fala Que Eu Te Escuto?...
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Uma rede de televisão que emprega o Galvão Bueno também nunca será a "mocinha" em nenhuma história, a Globo, num surto de desespero, percebeu que a vaca poderia ir para o brejo e num ato muito bem coordenado sacou sua carta super-trunfo para atingir a atual maior rival. Um ato corajoso diga-se de passagem, pois boa parte dos seus espectadores são dominad..., digo seguidores da Igreja Universal.
A verdade é que a briga estava injusta, enquanto a Rede Globo pagava milhões em impostos a Universal lavava dinheiro na cara-de-pau e aplicava diretamente na sua emissora, até achei que demorou muito para a Globo reagir.
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O que para mim torna-se claro nessa briga toda é o óbvio e faço uma adaptação para parafrasear Elis Regina: cada país tem as redes de televisão que merece. Tenho pena daqueles que não possuem condições de buscar informações além das redes abertas de televisão no nosso país.

sábado, 8 de agosto de 2009

A Falácia da Gripe A


Suína, H1N1 e também A, a nova influenza possuí diversas nomenclaturas, mas no fim das contas ela pode ser simplesmente chamada: A gripe da Moda.
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Toda epidemia deve ser estudada e, se possível, controlada com o máximo de rapidez. O que mais me chateia no caso da Gripe A é como ela ganhou contornos de moda. Aparentemente uma legião de hipocondríacos surgiu do limbo e pode gritar em alto brado: Viu? Eu não disse?
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A verdade é que a nova gripe possuí uma letalidade controlada, 0,5% dos casos confirmados, o que é considerada baixa pela OMS. A reação exacerbada da população deve-se muito a cobertura que a mídia vem dando a essa doença:
- Estamos em frente ao Hospital Nossa Senhora da Glória em Passo Fundo no belíssimo estado do Rio Grande do Sul, temos uma paciente com suspeita de Gripe A internada na UTI, o que nos leva a crer que aqui, em nossa cidade, teremos a primeira morte causada pelo novo vírus em nosso país.
Enquanto a réporter dava a notícia duas pessoas morriam na rua atrás vítimas de acidente de trânsito.
Esta ilustração tem o objetivo de demonstrar como um assombro mundial pode desviar a atenção da população para o que realmente importa e também sobre a dificuldade da imprensa de concentrar-se num papel primordial: a informação antes do sensacionalismo.
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A distribuição de máscaras aleatóriamente é um típico caso de falta de planejamento e informação andando de mãos dadas. Os entes responsáveis fazem a sua parte, mas o que dizer para a população que acessa os serviços de saúde sedentos por uma máscara? Provavelmente eles não sabem que a máscara é apenas eficaz para o cambate a transmissão infectado-saúdavel e que sua eficácia se reduz a zero após duas horas. Isso nenhuma rede noticiou.
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A gripe será controlada em breve, mas matará alguns sim, como todas as influenzas mataram até hoje e continuarão matando no futuro. Todas as doenças respiratórias somadas mataram no país no último ano mais de 70.000 pessoas por exemplo. A combinação de fatores que faz da Influenza H1N1 uma gripe diferenciada será estudada a fundo para que, num futuro próximo, a ciência antecipe-se ao jornalismo marrom e apenas o sensacionalismo de celebridades continue a atormentar nossas vidas.