sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Um ano em apenas cinco palavras

Água, negro, balão, traveco e crise.

Grandecíssima Verdade




Para fechar bem o ano mais uma pérola do Barão de Itararé:


"O homem que se vende sempre recebe mais do que vale."


Extraída da obra "Máximas e Mínimas do Barão de Itararé".

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E o Mercosul?


O nosso conhecido Mercado Comum do Sul nunca vingou, desde 1991 em vigor essa associação de países sul-americanos parece estar fadada a obsolescência e deverá ser engolida facilmente pela ALCA (Associação Latino-Americana para o Livre Comércio) em uma ou duas décadas.
...
Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina são considerados os estados partes (fundadores da associação), mas o bloco ainda conta com o apoio(?) de Chile, Bolívia, Equador, Colômbia, Peru e do vizinho mais que intrometido Venezuela.
Além dos motivos considerados como lógicos e críticos para o fracasso como as instabilidades políticas e financeiras dos membros parece-me que esta balcão de negociação está mais para amplificador de discórdias industriais e ódios históricos. A moeda única é uma utopia e o passaporte comum atualmente não representa muita vantagem para nenhum dos países envolvidos.
Uruguai e Argentina estapeiam-se há alguns anos como pobres brigando por farelos de pão e a tensão entre nossos vizinhos devido a problemas ligados a instalação de indústrias papeleiras parece aumentar a cada minuto. Parecem duas crianças: "o que a Argentina quer não serve para mim" e vice-versa. Quase todos os participantes deste bloco econômico são administrados por governantes populistas, mas Venezuela, Equador, Bolívia e Paraguai possuem governantes quase ditatoriais, imersos numa roda de ego, busca por poder e falta de competência fenomenais.
...
O maior medo dos defensores do Mercosul é que ele seja engolido...e o será, pois inevitalmente nosso bloquinho virará um blocão em algum tempo. O que deveríamos estar fazendo é nos organizando para poder ganhar maior poder de barganha nas discussões futuras deste blocão e não brigando entre nós por migalhas, utilizando assim nossos encontros para discussões mais válidas que ataques a países externos. A idéia no papel era muito boa, mas....
...
Estamos engatinhando na cultura da unificação comercial, antes de estabelecermos pontes entre nossas fronteiras devemos criar estradas confiáveis internamente para que essa travessia não se torne um pesadelo coletivo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Um Olhar Mais Apurado

Existem coisas na vida que não possuem uma explicação lógica, o fanatismo, na minha concepção, é uma delas.
Porque seres humanos inteligentes e bem-educados tornam-se fanáticos? Quais fatores levam um indivíduo a abandonar seus valores sociais e do bom convívio em sociedade por uma paixão ou uma causa que ele acredita ser a saída de uma vivência medíocre?
...
Não sei responder boa parte das perguntas que faço a mim mesmo, talvez um dia saberei, mas até lá continuo a me surpreender com os pequenos lances da vida, momentos nos quais as verdadeiras essências emergem. Covardias, ódios e invejas são alguns dos principais sentimentos que costumam transparecer sob as máscaras das regras de etiqueta do dia-a-dia, demoram, mas sempre aparecem.
...
Provinciano é aquele que não enxerga além do seu quintal, sabe que seu gramado não é tão belo assim, mas ri por dentro quando a grama do vizinho aparece manchada pelo sol. Diverte-se tanto com aquela situação que não se dá conta que sua própria grama também fora afetada pela energia solar. Demora para perceber que as mazelas do vizinho acabam afetando também a sua vida, seu bairro já não é mais tão belo e visado, sua casa perdera valor.
...
Continua internado no Hospital Governador Celso Ramos um paciente vítima de uma atrocidade ligada ao fanatismo covarde e injustificado. Thiago Goulart, 20 anos, torcedor do Figueirense, foi alvejado por 4 tiros disparados por torcedores do Avaí, motivo? Ele se recusou a retirar a camisa do seu time do coração.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sonego?

Sonegar ou não sonegar, eis a questão.
....
Alguns dados importantes:

- Até o fim deste ano os brasileiros terão pago um pouco mais que 1 trilhão de Reais em impostos, diretos e indiretos. Os catarinenses algo em torno de 8 bilhões;

- A arrecadação vem crescendo na faixa de 20% ao ano em nosso país (mesmo com o fim da CPMF) durante os últimos 5 anos;

- 1/3 dos brasileiros que são considerados empregados atuam na informalidade, ou seja, não são registrados e não possuírão direito a aposentadoria;

- Estima-se que atualmente 30% das empresas brasileiras sonegam impostos;

-Pontualmente, no ano de 2005, o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) dimensionou que a sonegação atingiu a marca recorde de R$ 1,112 trilhão, ou seja, maior que arrecadação de 2008;

-Pena judicial por sonegação fiscal: Detenção, de seis meses a dois anos, e multa de duas a cinco vêzes o valor do tributo.
...
A nossa atual carga tributária é alta, apesar do nosso país estar longe de possuir a maior taxação do mundo como alguns alarmistas adoram proclamar, pois possuímos a 41ª carga tributária mundial entre 178 países com números considerados confiáveis. Estamos melhores que Argentina, China e Índia, mas atrás de Chile e Rússia, numa zona de posição dominada por países emergentes e com características econômicas similares as nossas, comparar nosso sistema tributário com o de países europeus e com o sistema americano seria, de acordo com especialistas no assunto, burrice e cegueira ideológica.

O grande erro do nosso governo é fixar a tributação num patamar irreal que induz a sonegação e fomenta o emprego informal. Anualmente a arrecadação cresce vertiginosamente, imagine se a sonegação fosse zerada? Irreal? Baseando-se na característica do povo brasileiro e no planejamento imediatista de nossos governantes digo, infelizmente, que é sim um cenário irreal.

Alguns sonegadores justificam seus atos afirmando que não vêem melhorias substanciais através dos investimentos governamentais e acabam agarrando-se na iniciativa privada para provê-los dos três pilares básicos (educação, segurança e saúde), outros limitam-se a velha máxima "se eu pagar todos os impostos, morro, aí de quem o governo vai cobrá-los?". Ambos tem razão, por enquanto e em partes.

Somos muito imediatistas como povo, investimentos na educação, por exemplo, demoram décadas para mostrarem resultados, o exemplo da Coréia do Sul é batido mas cai como uma luva, hoje este país asiático orgulha-se de possuir um dos melhores centros de formação intelectual do mundo, seus investimentos maciços iniciaram a 30 anos, os nossos há apenas 15. Essa mesma lógica pode ser utilizada em relação a segurança e a saúde, quem viver verá, sou um otimista por natureza.

O Sebrae é considerado o parceiro das micro e pequenas empresas não por acaso, para aqueles que sonegam por medo da falência o Sebrae dará duas saídas: readequação fiscal (sugerir novas possibilidades de enquadramento tributário) ou ainda uma consultoria interna para tornar a empresa mais competitiva (corte de gastos e aumento de receitas), existem muitos pseudo-empreendedores malandros no mercado que se apóiam na maré-sonegadora para justificar suas falhas de competência e de caráter.
...
Eu não sonego, peço nota fiscal e difundo a cultura que a mudança neste caso se faz através da sugestão de novas possibilidades tributárias, nas quais ganham os empreendedores e também o governo. A matemática parece de fácil solução (diminuir impostos=maior arrecadação em escala), mas as mudanças são estruturais, passam principalmente pela melhoria da educação tanto financeira como cívica do nosso povo.