Tomar Partido

O que é mais fácil: tomar partido ou ver algo errado acontecer e fazer de conta que não é com você? Com certeza a segunda opção, mas e a longo prazo? A verdade (ou a opinião) dita cara-a-cara pode magoar ou causar discussões, mas não demonstra respeito, carinho e preocupação com os outros no fim das contas?

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Tenho pensado bastante sobre as questões acima ultimamente, nunca fui a pessoa mais em cima do muro no mundo, mas tenho nos últimos tempos tomado partido em várias oportunidades e vivo um misto de emoções. Pessoas que respeito me vêem com desconfiança e aquelas que tenho carinho, no momento, me detestam.

Acredito que boa parte da culpa de nosso país conviver com o estigma da corrupção e da falta de valores reside nesse ponto, nos falta, como povo, tomar um pouco mais de partido sobre os fatos que ocorrem a nossa volta.

Não vale apenas olhar feio quando alguém joga papel no chão, por exemplo, tomar partido é questionar, conversar e repreender. Ouço muitas pessoas defendendo o aumento de fiscalizadores em nosso país, verdade, precisamos de mais fiscais para mascarar o fato que como cidadãos somos péssimos patriotas.

A analogia acima vale para nossas relações sociais também, o velho "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" reflete muito essa idéia. Afinal o que diferencia um verdadeiro amigo de um colega? Acredito que o primeiro tem a facilidade para tocar em pontos que o segundo jamais poderá, te dirá quando estais errado e será ríspido se necessário para te ver feliz, mesmo que a longo prazo.

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Ninguém em pleno juízo quer o mal dos outros, mas muitos preferem a neutralidade do que querer o bem. E aí, não acaba tudo na mesma? Prefiro um tapa para acordar do que um abraço para dormir. Quem quer o teu bem quer que estejas sempre de olhos abertos, livre para ver o que há de bonito e feio no mundo.

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Tomar partido, ao meu ver, é um dos passos mais importantes para o fortalecimento de uma boa relação de amizade e também para a construção do caráter de um grande cidadão.