Há quem diga que todos somos um pouco de tudo. Todos somos administradores, um pouco médicos, entendemos de engenharia e, principalmente, sabemos o que é legal ou não. Somos então juristas empíricos. Quando assistimos um fato na televisão já nos posicionamos: culpado ou inocente. Muitas vezes nem chegamos a ouvir os dois (ou mais) lados da história. É lógico imaginar que um ladrão dificilmente se julgará como tal, ou aquele inocente à primeira vista, não poupará forças para manter essa imagem.
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A verdade é que a história já nos provou que muitas vezes um julgamento pode reverter a imagem original, o ladrão passa a ser inocente e o inocente passa a culpado. Quantos condenados a cadeira elétrica foram salvos nos seus "últimos dias" depois que uma prova cabal demonstrou que a verdade estava ao seu lado?
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A Internet facilitou muito o acesso às informações e, principalmente, a todos os lados de um fato, sem parcialidades. Você busca sua fonte, mas poderá comparar com outras, fazendo assim sua própria justiça. Cabe lembrar que o seu juízo é individual, numa sociedade vivemos sob o espectro do coletivo, portanto, nem sempre, seu entendimento será o mesmo da coletividade. São os custos/benefícios de viver em sociedade, aceite ou isole-se. Muito fácil é assistir uma matéria num jornal parcial e atuar como uma caixa de ressonância, apenas repassando aquela visão, sem crítica, sem filtro. Uma enorme ignorância, ao meu ver.
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Questiono bastante o número exorbitante de faculdades de Direito país afora (assim como de Administração), mas, como já defendi anteriormente, julgo necessário um curso básico da legislação vigente para todo e qualquer cidadão, como as aulas teóricas de direção, por exemplo. Dessa forma o entendimento geral seria um pouco mais crítico em relação às leis e também ao respeito delas. Primordialmente seria necessário que todos entendessem que qualquer indivíduo é inocente até que se prove o contrário e não o inverso. Com uma declaração parcial criamos canalhas, ladrões, putas, etc... Nosso povo ainda engatinha nesse sentido, no quão forte e perigosa pode ser uma declaração emitida de forma equívocada, aqui, até pelo descrédito da justiça nacional, dificilmente levamos acusações levianas até as últimas instâncias, preferimos resolver com a nossa própria justiça e aí, meus caros, está a origem do problema.
8 comentários:
Dois comentários:
1º: Quem é esse anônimo aí.. malzasso, nem deverias aceitar esses comentários. A liberdade de expressão deve existir pra quem sabe usá-la. Apaga esse babacão aí..
2º: Sem citar nomes, esse trecho do teu texte é sensacional: "Muito fácil é assistir uma matéria num jornal parcial e atuar como uma caixa de ressonância, apenas repassando aquela visão, sem crítica, sem filtro".
Lembra uma conversa que já tivemos, em tom fraternal, como deve ser. Táx lembrado, ixtepô?
Grande Comicha,
Obrigado pela visita, pelas palavras e pela defesa meu caro.
Te digo que esse "anônimo" não é tão anônimo assim. O que motivou essa ira te conto numa daquelas fabulosas conversas fraternais.
Acredito muito no que escrevo, às vezes penso que seria muito mais fácil mesmo não expor opiniões, achar que tudo está bem como está e ser mais uma "folha", ao sabor dos ventos. Aí olho para o lado e vejo que estas folhas estão se decompondo e, por mais que surfem nas oscilações, serão sempre reféns do destino.
Um grandecíssimo abraço
Acho importante a nossa própria justiça.
As decisões, mesmo que precipitadas, dão uma impressão de que ainda mandamos nas nossas próprias vidas.
Dão a impressão de que temos coragem para sair de cima do muro ao invés de ficar esperando a prova de um ou de outro lado estarem mais certos -ou menos errados-, concorda?
O problema, a meu ver, é a exposição de algumas opiniões. Todos julgamos constantemente, é inevitável. Acho que o importante é que guardemos nossos julgamentos para nós e, principalmente, que ele não influa na vida de alguém se não estiver fundamentado em chão sólido.
É muito importante não opinar sobre casos que não lhe dizem respeito sem estar plenamente certo, sem um mínimo de dúvidas, do que está falando ou o problema pode se voltar contra você!
Concorda meu bem?
Beijocaa
P.S. Essa conversa fraterna será loooonga! hahaha
P.S.2. Já que gostarias que eu tivesse um blog pra expor minha humilde opinião resolvi expô-la quando li esse texto. Gostei dele
;D
P.S.3. Mais uma vez tu, mesmo que totalmente sem querer, tomando tempo da minha redação. Foda hein surfista das oscilações levado pela onda do destino.
Um típico brinco de coquinhos!
Cara Patrícia (com acento),
Fico lisonjeado com a tua visita e também pela coragem de expores as tuas idéias aqui.
Devo porém discordar em partes da tua opinião, acredito que mesmo a justiça individual deve sempre ser cercada de cuidados. Inconscientemente nossa fraqueza humana nos faz tratar mal as pessoas as quais julgamos culpadas individualmente, concorda?
Outras afirmações tuas são realmente cabíveis ao meu ver, principalmente em relação a manter-se isolado de discussões nas quais seu juízo parcializado poderá trazer implicações negativas e, assim, gerar um julgamento não muito justo. Devemos porém diferenciar opinião de juízo, que entendo serem coisas diferentes. Afinal de contas num tribunal ocorrem julgamentos ou balcões de opiniões?
Beijos
Num tribunal ocorre um juízo baseado um balcão de opiniões certo? Se um corpo de jurados entende algo de certa maneira é desse jeito que será proferido o julgamento.
Ou, em outros casos, se o Juíz decide de uma forma, é daquela forma que a sentença ocorrerá.
E nem o corpo de jurados, nem o Juíz estarão invariavelmente tomando a decisão certa. Muitas vezes os condenados não merecem as penas. No entanto é a sociedade em que vivemos: feita por homens e não por Deuses. E aqueles erram, erram muito.
Curiosa essa vida incerta não é mesmo? No fim estamos sempre nas mãos das opiniões alheias, dependemos sempre delas para continuar certos caminhos ou somos obrigados a mudar o curso por causa dos famigerados julgamentos.
Concordo que a nossa fraqueza nos faz tratar mal devido a um julgamento precoce. Mas quem consegue ser frio suficiente para ver algo acontecer de uma forma, aparentemente, ruim e não demonstrar? Impávido assim até que algo seja completamente provado por um ou outro lado? É ser realmente forte, mas somos seres humanos e não ciprestes. Eu não sei ser tão forte nem tão fria.
Acho que ir de encontro ao costume de julgar é uma utopia, não tem como. Mesmo o mais justo dos homens sempre julga baseado no que está vendo.
Importante é estar aberto às mudanças para que um pensamento errado sobre algo possa ser devidamente corrigido. Nesse ponto eu concordo.
Mas o julgamento final, o maior, virá e será justo ao fim de cada um, pois Ele não se engana. Amém!
beijo
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