quarta-feira, 26 de março de 2014

Os Tortuosos Caminhos Catarinenses


Viajo por toda Santa Catarina para ministrar treinamentos a gestores em diferentes indústrias. A maior parte dessas viagens é feita de carro. É impressionante que um Estado com tanta riqueza e diversidade de produtos e serviços ainda consiga elevados índices de desempenho, quando levamos em conta a péssima infraestrutura disponível. Saber que existe apenas a opção das rodovias é ter a incerteza de tempo de chegada, o risco de fatalidades e um custo mais elevado de processos.

Empreendedores confiam seus maiores bens — produção e resultados — em uma única opção de logística: as péssimas rodovias. Nelas, vemos carros disputando espaço com caminhões (muitas vezes com excesso de carga), transitando em rodovias esburacadas, sem acostamento e com asfalto precário. Ao longo do caminho, sobram acidentes que não são ocasionados apenas por imprudência dos motoristas, mas também pela falta de condições mínimas de tráfego e de sinalização adequada. Entendo que o problema da infraestrutura não está apenas em Santa Catarina
.
Infelizmente, a baixa qualidade oferecida pelos governos federal, estadual e municipal ocorre em todo o Brasil. Segundo o Índice de Competitividade Global (ICG), que inclui 146 países, em qualidade de infraestrutura o Brasil é o 103o em ferrovias, 120o em rodovias, 123o em aeroportos e 131o em portos. Por que não investir em ferrovias para escoar a produção? Por que não investir em portos e não melhorar as rodovias catarinenses? Talvez as respostas não existam, pois do alto de helicópteros e jatinhos nossos governantes não conseguem enxergar essas mazelas. Enquanto isso, seguimos firmes, levando o progresso no suor e na alma e lutando contra a desgovernança em que vivemos.

por Ramiro Zinder
Empresário e doutor em Psicologia

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